Um menino de sete anos, identificado como Luís Fernando Rocha Silva, morreu, na madrugada de quinta-feira, após comer um ovo de Páscoa em Imperatriz, na Região Sudoeste do Maranhão, no Brasil. A mãe, Mirian Lira, de 32 anos, e a irmã, Evelyn Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, estão entubadas, em estado grave.
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De acordo com o portal brasileiro "G1", o ovo chegou à casa da família através de um estafeta, como se fosse um presente, na noite de quarta-feira. Num bilhete, lia-se: "Com amor, para Miriam Lira. Feliz Páscoa".
Em entrevista à emissora local "Mirante", Naiza Santos, irmã de Mirian, contou que a irmã recebeu uma chamada telefónica de uma mulher, não identificada, que questionou se tinha recebido o ovo de Páscoa. A vítima atendeu a chamada, chegou a perguntar quem falava ao telefone, mas a mulher não respondeu.
Luís Fernando foi o primeiro a sentir os sintomas de envenenamento. O pai da criança e ex-marido de Miriam foi chamado e a família levou a criança para o Hospital Municipal de Imperatriz. A criança chegou a ser entubada, mas não resistiu e morreu horas após ter sido internada.
Mirian só começou a apresentar sintomas de envenenamento quando estava no hospital, logo após o filho ter sido entubado. As mãos da vítima começaram a ficar roxas e começou a sentir dificuldade de respirar. Foi internada na unidade de cuidados intensivos. Depois de Miriam, a filha Evelyn também deu entrada no hospital com os mesmos sintomas depois de ter comido o ovo de Páscoa. Ambas estão estão entubadas e internadas em estado grave.
A mulher suspeita de ter enviado o chocolate, supostamente envenenado, foi identificada como Jordélia Pereira Barbosa, de 35 anos, ex-namorada do atual companheiro de Mirian Lira. Foi detida na quinta-feira pela Polícia Civil.
A mulher foi apanhada em imagens de videovigilância a comprar o ovo numa loja de chocolates de Imperatriz. O vídeo mostram-na disfarçada, com óculos e uma peruca preta, a comprar o produto.
Em depoimento às autoridades, confessou ter comprado o chocolate, mas negou ter colocado veneno no produto. Ficou em prisão preventiva na sexta-feira.
De acordo com as investigações, o crime terá sido motivado por ciúmes e vingança, já que uma das vítimas é a atual namorada do ex-namorado de Jordélia.
Usou nome falso em hotel e fingiu ser gastrónoma
Jordélia viajou 384 quilómetros entre Santa Inês e Imperatriz e fez uma degustação de trufas de chocolate horas antes do crime, fingindo ser representante do produto.
Saiu de Santa Inês, no Vale do Pindaré, para Imperatriz, cidade no sudoeste do estado, onde se hospedou com um documento de identificação falso. A viagem foi feita num autocarro interestadual que liga os dois municípios. Saiu de Santa Inês por volta de 0h30 de quarta-feira e chegou em Imperatriz no mesmo dia de manhã.
À noite, regressou a Santa Inês por volta das 2.30 horas de quinta-feira, onde foi detida. A Polícia encontrou com Jordélia Pereira com duas perucas, restos de chocolate em bolsas térmicas e um bilhete de autocarro. Segundo as autoridades brasileiras, todos os indícios do caso levam a crer que o crime foi premeditado com detalhe e antecedência.