O ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador confirmou, esta segunda-feira, o pedido de asilo do ex-consultor técnico das agências de informações dos Estados Unidos Edward Snowden, acusado por Washington de revelar programas secretos de interceção de comunicações privadas.
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Ricardo Patiño, que fez o anúncio através de uma videoconferência a partir de Hanói, Vietname, onde se encontra em viagem oficial, disse que Snowden justificou o pedido de asilo com o "perigo de perseguição" por parte das autoridades norte-americanas.
Na mesma videoconferência, o chefe da diplomacia equatoriana defendeu a posição assumida por Snowden, afirmando que a atitude do informático de 29 anos pretendeu "clarificar" as ações dos Estados Unidos.
"O homem que tentou clarificar e tornar transparentes factos que afetam todos está a ser perseguido por aqueles que deviam dar explicações aos governos e aos cidadãos", declarou Ricardo Patiño.
O ministro leu ainda excertos da carta que Snowden enviou ao Presidente do Equador, Rafael Correa, a pedir asilo político. Na missiva, o informático sublinhou que pode ser "preso e executado" ao ser acusado de espionagem pelas autoridades norte-americanas.
No início deste mês, os jornais Washington Post e The Guardian noticiaram que a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, em inglês) e a polícia federal norte-americana (FBI) tinham acesso a milhões de registos telefónicos ao abrigo da Lei Patriota, aprovada nos Estados Unidos após os atentados do 11 de setembro de 2001.
Posteriormente, os jornais revelaram que as mesmas instituições tinham acesso aos servidores de nove gigantes da internet, como Microsoft, Yahoo!, Google e Facebook.
O programa secreto, com o nome de código PRISM, está ativo desde 2007 e permite à NSA ligar-se aos servidores das empresas para consultar informações sobre os utilizadores.
Skype, AOL, YouTube, Apple e PalTalk participam também no sistema e a plataforma de alojamento de ficheiros Dropbox deveria ser acrescentada em breve.
O caso foi denunciado por Edward Snowden, que trabalhava numa empresa privada subcontratada pela NSA. O antigo consultor chegou no domingo a Moscovo proveniente de Hong Kong, onde estava refugiado desde 20 de maio.