O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou, esta terça-feira, que a ofensiva turca no norte da Síria continuará até que os seus "objetivos sejam atingidos", apesar dos apelos de Washington para que a invasão termine.
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"Vamos prosseguir a nossa luta (...) até que os nossos objetivos sejam atingidos", declarou Erdogan, um dia depois de um firme aviso do homólogo norte-americano, Donald Trump, que endureceu o tom face à Turquia, pedindo-lhe para acabar com a operação militar na Síria, lançada há uma semana, e anunciando uma série de sanções.
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A ofensiva turca visa afastar do nordeste da Síria as forças curdas das Unidades de Proteção Popular (YPG), aliadas do ocidente na luta contra o autoproclamado "Estado Islâmico", mas consideradas como terroristas por Ancara, devido às ligações com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, proibido na Turquia e classificado de terrorista também pelos EUA e pela UE).
"Até esta manhã libertámos uma zona de perto de mil quilómetros quadrados das mãos da organização separatista terrorista", disse Erdogan, referindo-se às YPG. "Vamos proteger rapidamente a região que vai de Minbej (noroeste da Síria) até à nossa fronteira com o Iraque", adiantou.
Segundo o presidente turco, aquela zona deverá acolher "inicialmente um milhão e depois dois milhões de refugiados sírios", entre os mais de 3,5 milhões que se refugiaram na Turquia desde o início do conflito na Síria em 2011.
Desde o início da ofensiva turca, pelo menos 104 combatentes curdos e cerca de 60 civis morreram na sequência dos confrontos, segundo o mais recente balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
A ONU calcula que a operação já provocou cerca de 160 mil deslocados.