Num dia histórico para a Escócia, mais de 4 milhões de escoceses foram, esta quinta-feira, chamados às urnas para responder à pergunta: "deve a Escócia tornar-se um país independente?
Corpo do artigo
Antes das 7.00 horas, as filas já dobravam as esquinas dos edifícios públicos, onde funcionaram as assembleias de voto. À porta da biblioteca da MacDonald Road, na zona oriental de Edimburgo, Cathrine Adams é a primeira a entrar. "Venho aqui para manifestar o meu ponto de vista, a favor da permanência no Reino Unido".
"Precisamos de autodeterminação na Escócia", afirmou ao JN, Ivan Walker, um operador turístico, afirmando que "não poderia votar de outra maneira, apenas no "sim" pela independência". A principal razão, para este escocês "é acabar com a intervenção de Westminster", nos assuntos internos do norte da Grã-Bretanha.
"Durante tanto tempo e em tantas gerações andaram a dizer-nos o que fazer. Agora chega de interceção de governos para os quais os escoceses não votaram", afirmou, enquanto erguia a bandeira azul com a cruz branca da escócia.
Ambas as campanhas mobilizaram dezenas de milhar de activistas, na rua, naquela que foi considerada a maior e mais bem coordenada operação de campanha para "um apelo de última hora", para convencer cerca de 500 mil indecisos, no próprio dia do referendo.
Catalães e bascos em turismo na Escócia no dia do referendo
Francisco Arissa escolheu propositadamente a data para conhecer Edimburgo e testemunhar a "luta democrática" pela independência de uma nação. "Em Espanha, andam a vender-nos que a independência é impossível e aqui vemos de se pode levar a cabo um processo desta natureza de uma forma democrática", afirmou.
De passagem por Edimburgo, Tania Perez, uma activista "pela autodeterminação dos povos, natural do País Basco, entende que um "processo semelhante" ao referendo escocês "deveria ser adoptado" noutros "países" que anseiam pela independência, dando como exemplo, algumas regiões espanholas.
"Deveria fazer-se em todos os países e todas as nações que estão a reclamar independência, como Euskal Herria, Catalunha ou a Galiza", disse ao JN.
O catalão Juan Mir, membro da Esquerda Republicana na Catalunha, garantiu estar apenas "de passagem" e para "ver o que acontece" no referendo.