
O ex-primeiro-ministro espanhol José Luis Zapatero acredita que Espanha se vai despedir de Adolfo Suárez com uma "sincera, justa e unânime homenagem", porque é uma ocasião para não se conterem sentimentos e elogios.
"Merece-o ele e merece a Espanha", afirmou José Luis Zapatero.
Em comunicado, Zapatero sublinhou que Suárez "liderou a transformação de uma nação velha e rasgada num país democrático e reconciliado consigo mesmo".
Por seu lado, o primeiro secretário do Partido Comunista de Espanha, Nicolas Sartorius, considerou que Suárez foi "a pessoa adequada e no momento adequado" já que teve a vontade firme de acabar "o ciclo dos conflitos" das anteriores constituições.
Sartorius enfatizou que foi essa vontade de consenso e de procurar grandes acordos - como a legalização do PCE - que o levou a escrever um "capítulo inédito" na história de Espanha.
O também co-fundador de sindicatos destacou ainda o seu caráter "afetuoso" no trato pessoal e o carisma de pessoa aberta.
O ex-secretário geral da UNESCO, ex-deputado da UCD (Unión de Centro Democrático) durante a transição e ministro da Educação e Ciência (1981-1982) Federico Mayor Zaragoza sublinhou que "Adolfo Suárez vai passar para a história, não só de Espanha mas do mundo, como o grande construtor do atual sistema democrático".
Zaragoza destacou a "serenidade, a capacidade de escutar, a imaginação e a genialidade" de Suárez, virtudes que permitiram "conseguir uma transição muito difícil".
"Foi um homem que já passou para a história como o que foi capaz de fazer uma transição democrática plena, que vinha de governos de ditadura, mas que foi sem duvida o grande construtor do sistema democrático que temos neste momento", afirmou Zapatero, que manteve ao longo dos anos o contacto e a amizade com o ex-primeiro-ministro.
Adolfo Suárez, primeiro presidente do governo de Espanha após a ditadura de Franco, morreu, este domingo, em Madrid aos 81 anos.
Foi um político chave na transição pacífica da ditadura para a democracia em Espanha, tendo marcado o seu mandato a aprovação da lei da amnistia, a legalização dos partidos e sindicatos e a convocação das eleições livres de 1977.
