Os 14 espanhóis que participaram, em El Aaaiún, no Saara Ocidental, numa manifestação de apoio ao povo saraui, 11 dos quais foram mantidos sob custódia policial numa esquadra, deverão apanhar hoje, domingo, à noite um barco de regresso a Espanha.
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O grupo, que faz parte da associação "SaharAcciones", zarpa às 22 horas locais (23 horas em Lisboa) rumo a Las Palmas e vai permanecer até então na sede da Casa de Espanha na cidade, onde foi acolhido desde que saiu esta madrugada das instalações policiais.
Fontes das autoridades locais em El Aaiún disseram que os elementos do grupo foram interrogados "para averiguar o motivo do protesto", acrescentando que se vão embora hoje porque assim o tinham já definido, e não "porque se lhes tenha dado alguma ordem de expulsão".
Um dos activistas, Pablo Monedero, explicou, citado pela agência EFE, que ele e mais dez pessoas estiveram presos cerca de oito horas e que, apesar de não lhes terem sido feitas acusações, ninguém quis assinar a declaração verbal recolhida pelos agentes, por medo de que se tratasse de "uma versão tergiversada".
Os 14 activistas tinham organizado no sábado uma manifestação no centro da capital administrativa do Sahara Ocidental para "evitar que a luta saraui caia no esquecimento e reivindicar o direito desse povo à autodeterminação".
Segundo relatam, o protesto, para o qual não tinham pedido autorização das autoridades locais, foi "reprimida duramente" pela polícia marroquina e acabou com pelo menos seis dos manifestantes feridos de várias maneiras.
Este incidente ocorre poucos dias depois de Espanha e Marrocos terem dado como sanada a tensão gerada na fronteira próxima da cidade autónoma de Melilla pelo bloqueio e os protestos marroquinos por alegadas agressões de agentes espanhóis a cidadãos do país magrebino.