
Zelensky esteve reunido com Trump na Florida
Foto: Joe Raedle/Getty Images/AFP
Os Estados Unidos ofereceram à Ucrânia "garantias de segurança sólidas" contra a Rússia por um período de 15 anos, renováveis, afirmou o presidente ucraniano, que desejava mais.
Volodymyr Zelensky falou esta segunda-feira à Imprensa e revelou ter pedido ao homólogo norte-americano, Donald Trump, no encontro de domingo, na Florida (sudeste dos EUA), um prazo mais longo.
"Eu, realmente, queria que estas garantias fossem mais prolongadas. E disse [a Trump] que, realmente, gostaríamos de considerar a possibilidade de 30, 40, 50 anos", afirmou, em conferência de imprensa via Internet, adiantando que Trump se mostrou aberto à proposta.
O líder ucraniano declarou que a lei marcial, atualmente em vigor e que proíbe que homens ucranianos elegíveis para serviço militar deixem o país, só será suspensa no fim da guerra com a Rússia e com a obtenção de garantias de segurança.
"Todos queremos o fim da guerra, e só então a lei marcial será suspensa. No entanto, a suspensão da lei marcial só ocorrerá quando a Ucrânia obtiver garantias de segurança. Sem garantias de segurança, esta guerra não pode ser considerada totalmente encerrada", afirmou.
"Se avançarmos, e espero, sinceramente, que avancemos rapidamente, com um plano de 20 pontos, ele tem de ser assinado por quatro partes: Ucrânia, Europa, Estados Unidos e Rússia", defende Zelensky.
Reunião para breve em Kiev
O presidente ucraniano disse esperar uma reunião em breve, na Ucrânia, entre responsáveis do país, europeus e norte-americanos para avançar nas negociações com o objetivo de pôr fim à guerra com a Rússia.
"Nos próximos dias, queremos organizar uma reunião, a nível de assessores. Rustem Umerov [negociador ucraniano] já está em contacto com todos os assessores norte-americanos e europeus. Queremos que essa reunião, finalmente, aconteça na Ucrânia e acredito que faremos todo o possível para que isso ocorra", adiantou Zelensky.
Kremlin concorda que negociações estão na fase final
O Kremlin afirmou, esta segunda-feira, que concorda com o presidente dos Estados Unidos, sobre as negociações para acabar com o conflito na Ucrânia estarem na fase final.
Após a reunião de domingo na Florida com Zelensky, Trump afirmou que um acordo para encerrar o conflito está "mais perto do que nunca". Questionado por jornalistas se concorda com a declaração, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, respondeu: "Claro".
Rússia e Ucrânia estão em guerra há quase quatro anos, depois de as tropas russas terem invadido território ucraniano, em 24 de fevereiro de 2022.
