Uma das estrelas da política chinesa, o ex-ministro do Comércio Bo Xilai, foi afastado da direção do Partido Comunista em Chongqing, no sudoeste da China, e substituído por Zhang Dejian, vice-primeiro-ministro, anunciou hoje a agência noticiosa oficial chinesa.
Corpo do artigo
O afastamento ocorre cerca de um mês e meio após a detenção do antigo chefe da polícia de Chongqing e braço direito de Bo Xilai, Wang Lijun, que terá tentado pedir asilo político num consulado dos Estados Unidos em Chengdu.
"Bo Xilai já não é secretário do Comité Municipal de Chongqing do Partido Comunista Chinês", tendo sido substituído por um dos quatro vice-primeiros-ministros, Zhang Dejian, disse a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua (Nova China), citando "uma decisão do Comité Central do PCC".
Chongqing é o maior município da China, com mais de 30 milhões de habitantes, e sob a direção de Bo Xilai, desde 2007, foi palco de uma drástica "campanha anti-mafia" e de um controverso revivalismo da chamada "cultura vermelha".
O Comité Central do PCC decidiu também afastar Wang Lijun do cargo de vice-presidente do governo municipal de Chongqing.
Wang Lijun dirigiu a polícia de Chongqing durante a referida "campanha anti-máfia", em 2009 e 2010, que levou ao desmantelamento de mais de "500 gangues e à prisão de cerca de 5.700 pessoas, entre as quais um ex-vice-comandante da polícia local, Wen Qiang, que seria condenado à morte e executado.
No início de fevereiro, porém, Wang Lijun foi afastado da polícia, mantendo apenas o cargo de vice-presidente da câmara, e a seguir dirigiu-se ao consulado norte-americano em Chengdu, na vizinha província de Sichuan, onde passou um dia.
Oficialmente, Wang Lijun está agora "sob investigação" das autoridades centrais.
O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, referiu-se ao caso na quarta-feira passada, pela primeira vez, e disse que a liderança do Partido Comunista em Chongqing devia "refletir seriamente sobre o incidente Wang Lijun e tirar as respetivas lições".