
Atentado no parque de estacionamento do aeroporto de Barajas, em 2006
Susana Vera/Reuters
A ETA anunciou, esta quinta-feira, que renuncia de forma "definitiva" à violência. O anúncio foi feito num comunicado publicado nas edições digitais de dois jornais bascos.
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A Conferência de Paz de San Sebastian, realizada esta segunda-feira, onde foi pedido o fim da violência à ETA, "foi uma iniciativa de grande relevância política", o que contribuiu para a decisão da organização basca, que garante que este é um compromisso "claro, firme e definitivo".
A resolução da conferência reúne as condições atingir uma solução integral para o conflito, considera a ETA. "É tempo de olhar o futuro com esperança. É tempo também de actuar com responsabilidade e valentia", diz o comunicado.
A ETA garante que "decidiu o fim em definitivo da sua actividade" e entrar em diálogo directo, tal como tinha sido pedido em San Sebastian, com os Governos de Espanha e França, para analisar "as consequências do conflito e, assim, e superar a confrontação armada".
"No país Basco, está-se a abrir um novo tempo político. Estamos perante uma oportunidade histórica para dar uma solução justa e democrática ao secular conflito político", afirma-se no comunicado, onde se considera que esta é a vontade de grande parte da sociedade basca.
Um dos factores determinantes para este fim prende-se com a declaração de Anarldo Otegi, líder do Batasuna, o braço político da organização armada, que afirmou em tribunal que o atentado de Dezembro de 2006, no aeroporto de Barajas, marcou o afastamento da organização separatistas basca da esquerda radical, revela o jornal "El Pais". Neste atentado, a ETA rompeu com as tréguas que tinha anunciado anteriormente.
Sem fazer menção às vítimas do atentados que foram levados a cabo durante 43 anos de actividade, a organização basca lembra "a crueza da luta que levou para sempre muitos companheiros e companheiras", mas também alguns membros que estão na "prisão ou no exílio".
Ao longo dos vários anos de actividade, cerca de 800 pessoas foram mortas em acções violentas da organização. A última vítima da ETA foi um polícia francês, que morreu em 2010.
