O secretário da Justiça dos EUA acusou, esta quarta-feira, o chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, de ser "um criminoso de guerra".
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"Acho que temos provas mais do que suficientes para apoiar esta conclusão", disse Merrick Garland durante uma audiência no Senado.
O grupo Wagner "é responsável por ataques a ucranianos no Donbass, incluindo o sacrifício de prisioneiros de campos russos", disse o secretário da Justiça.
"O que eles estão a fazer é inimaginável e devemos fazer tudo o que pudermos para o evitar", acrescentou, prometendo ajudar a justiça ucraniana a investigar esses crimes.
O procurador-geral da Ucrânia, Andriï Kostine, anunciou recentemente a abertura de uma investigação por "crimes de guerra" contra Yevgeny Prigozhin.
O empresário de 61 anos, que fez fortuna na restauração, admitiu recentemente ter fundado o grupo Wagner em 2014, mas também ter criado uma "incubadora de 'trolls'" [termo para designar quem fomenta a desordem e a confusão em publicações 'online'] para campanhas de propaganda na Internet.
Em 2018 foi acusado nos Estados Unidos de interferir nas eleições de 2016.
O grupo Wagner foi classificado pelos Estados Unidos como uma organização criminosa internacional transnacional, da mesma forma que as máfias italiana ou japonesa, e congressistas eleitos pressionam para que seja qualificado agora como "grupo terrorista".
Durante a sua audiência, Merrick Garland disse ainda que os Estados Unidos "apoiaram" os esforços europeus desdobrados em Haia, onde um "centro de coordenação internacional para o julgamento do crime de agressão" deve começar a funcionar no verão.
"Quanto à criação de um tribunal especial, há preocupações que devemos ter em conta sobre como isso pode afetar as nossas próprias tropas", acrescentou.