O diretor nacional dos serviços de informações norte-americanos, James Clapper, afirmou que os artigos publicados pelo jornal francês "Le Monde" sobre as atividades de espionagem dos Estados Unidos em França "contêm informações imprecisas e enganosas".
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Além disso, "a informação segundo a qual a Agência de Segurança Nacional (NSA) recolheu mais de '70 milhões de registos de dados telefónicos de cidadãos franceses' é falso", disse James Clapper, sem desenvolver.
O "Le Monde" noticiou, esta segunda-feira, com base em documentos da NSA, revelados pelo ex-consultor Edward Snowden, uma espionagem massiva em França, onde, num período de 30 dias - entre finais de 2012 e princípios de 2013 -, foram intercetados 70,3 milhões de comunicações de franceses.
"Não nos vamos debruçar sobre os pormenores das nossas atividades, mas já dissemos claramente que os Estados Unidos recolhem elementos de informações do mesmo tipo que os recolhidos por todos os países", salientou James Clapper, que supervisiona 16 agências de inteligência, incluindo a NSA.
A recolha de informações por parte de Washington visa, segundo o diretor nacional dos serviços de informações, "proteger a nação, os seus interesses e proteger os seus aliados nomeadamente de ameaças terroristas ou da proliferação de armas de destruição massiva".
"Os Estados Unidos atribuem grande importância à longa amizade com a França e vamos continuar a cooperar em matéria de segurança e de inteligência", concluiu James Clapper, em declarações citadas pela AFP.
Na terça-feira, o "Le Monde" publicou novos detalhes das atividades de espionagem, indicando que os Estados Unidos não só intercetaram milhões de comunicações de cidadãos franceses, como também espiaram as representações diplomáticas de França em Washington e em Nova Iorque.
O presidente francês, François Hollande, manifestou, logo na segunda-feira, a sua "profunda reprovação" relativamente às "práticas inaceitáveis" do seu aliado, numa conversa mantida por telefone com o seu homólogo norte-american, Barack Obama.
De acordo com a Casa Branca, Obama disse ao chefe de Estado francês que "algumas" das revelações sobre as controversas atividades de espionagem dos Estados Unidos foram "deturpadas".