O Governo dos Estados Unidos disse hoje "levar muito a sério" e que está a analisar as denúncias de corrupção reveladas pelo escândalo internacional "Papéis do Panamá", incluindo eventuais ligações aos Estados Unidos ou ao seu sistema financeiro.
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O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, e o do Departamento da Justiça, Peter Carr, escusaram-se a comentar à agência noticiosa espanhola Efe casos específicos de autoridades de todo o mundo, entre as quais aliados dos Estados Unidos, que presumivelmente recorreram ao escritório panamiano empresa Mossack-Fonseca para desviarem fortunas para paraísos fiscais.
"Ainda que não possamos comentar sobre os detalhes destes documentos, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos leva muito a sério todas as acusações credíveis de alto nível sobre situações de corrupção no estrangeiro que podem ter ligações aos Estados Unidos ou ao nosso sistema financeiro", disse Peter Carr à agência Efe.
Na sua reunião de imprensa diária, o porta-voz da Casa Branca assegurou que os Estados Unidos "continuam a ser um dos principais defensores da necessidade de uma maior transparência do sistema financeiro internacional".
Josh Earnest considerou que essa transparência é a chave para "acabar de raiz" com a corrupção e com o financiamento de organizações terroristas.
"Como líder neste campo e como maior economia do mundo, os Estados Unidos têm oportunidade de usar parte da sua influência para conseguirem as mudanças que gostariam de ver [no sistema financeiro internacional] e isso é algo que temos feito e que vamos continuar a fazer", acrescentou.
O porta-voz disse desconhecer como se tornaram públicos os dados que ficaram conhecidos como os "Papéis do Panamá", divulgados no domingo pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, e evitou precisar sobre se considera positiva a sua divulgação.
Não comentou, igualmente, a suposta implicação no escândalo de alguns aliados dos Estados Unidos, como o Presidente argentino Mauricio Macri, o primeiro-ministro britânico, David Cameron ou o Presidente russo, Vladimir Putin.
Josh Earnest sublinhou, porém, que os Departamentos do Tesouro e o da Justiça dos Estados Unidos têm peritos que "examinam regularmente as transações do mercado internacional para detetar a conformidade com leis e sanções norte-americanas".