Os Estados Unidos (EUA) pediram aos países europeus que sigam o exemplo de Washington e reconheçam rapidamente Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.
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"Encorajamos de forma clara todos os governos da Europa a apoiarem o povo da Venezuela e o governo de transição na Venezuela, reconhecendo Juan Guaidó como Presidente interino", afirmou Kimberly Breier, secretária-adjunta do Departamento de Estado norte-americano para os Assuntos do Hemisfério Ocidental, num 'briefing' telefónico para a comunicação social europeia e americana hoje realizado.
A representante lembrou que "mais de 20 países" já reconheceram Guaidó.
Kimberly Breier falou com a comunicação social poucas horas depois do Parlamento Europeu (PE) ter reconhecido Guaidó como o "Presidente interino legítimo" da Venezuela e de ter exortado a União Europeia (UE) e os seus Estados-membros a assumirem uma posição semelhante, enquanto não for possível convocar eleições presidenciais.
"Estamos muito animados com a resolução aprovada pelo PE", disse Kimberly Breier.
No mesmo 'briefing', a representante norte-americana referiu que o foco de Washington é alcançar uma solução pacífica para a crise que afeta a Venezuela.
"Esse é o nosso foco, essa é a nossa prioridade", disse Kimberly Breier.
Apesar de se recusar a responder até onde os Estados Unidos estão dispostos a ir, a representante norte-americana advertiu que "todas as opções estão na mesa".
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Após a sua autoproclamação, Guaidó, de 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, de 56 anos, chefe de Estado desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, no qual a oposição tem maioria, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos da América.
A UE fez um ultimato a Maduro para convocar eleições nos próximos dias, prazo que Espanha, Portugal, França, Alemanha e Reino Unido indicaram, na semana passada, ser de oito dias, findo o qual o bloco comunitário reconhece a autoridade de Juan Guaidó e da Assembleia Nacional para liderar o processo eleitoral.
Na reação, Maduro disse ser a favor de eleições legislativas antecipadas para acabar com a crise política do país, mas recusou a hipótese de um novo escrutínio presidencial.
A repressão dos protestos antigovernamentais da última semana provocou pelo menos 40 mortos, de acordo com dados das Nações Unidas.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.
Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes.