O antigo presidente francês Nicolas Sarkozy foi esta quinta-feira admitido no regime de liberdade condicional e, na quarta-feira, foi-lhe retirada a pulseira eletrónica que usava desde 7 de fevereiro, segundo a Procuradoria de Paris.
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“Como tem 70 anos desde 28 de janeiro de 2025, o seu pedido (de liberdade condicional) antes de cumprir metade da sua pena é admissível”, disse a Procuradoria à agência noticiosa France-Presse, explicando assim a retirada da pulseira eletrónica ao fim de pouco mais de três meses.
O antigo chefe de Estado de direita (2007-2012) foi condenado em dezembro a três anos de prisão, dos quais um ano com pulseira eletrónica, por ter subornado um juiz de primeira instância, no caso de corrupção e tráfico de influências.
“Posso confirmar que o juiz de execução da pena concedeu a liberdade condicional a Nicolas Sarkozy no dia 14 de maio. Esta medida, que de acordo com a lei poderia ter sido aplicada no primeiro dia, está estritamente de acordo com a lei e a jurisprudência”, disse a sua advogada, Jacqueline Laffont Haïk, ao canal francês BFMTV.
Sarkozy, que está atualmente a ser julgado no caso das suspeitas de financiamento líbio da sua campanha presidencial de 2007, foi convocado pelo Tribunal de Paris em 28 de janeiro no âmbito da sua condenação por corrupção e tráfico de influências.
Em 18 de dezembro, a condenação de um ano de prisão com controlo eletrónico tornou-se definitiva após a rejeição do recurso pelo Supremo Tribunal francês, tendo o juiz fixado o dia 07 de fevereiro como o início da sua pena com pulseira eletrónica.
O antigo chefe de Estado foi considerado culpado de ter celebrado, em 2014, um “pacto de corrupção” com Gilbert Azibert, juiz de primeira instância do Tribunal de Cassação, juntamente com o seu advogado de longa data, Thierry Herzog.
Este pacto foi feito em troca de um “incentivo” prometido a Gilbert Azibert para um cargo honorário no Mónaco, com os três envolvidos a receberem a mesma pena e o advogado a ser proibido de usar o manto preto durante três anos.
O objetivo era que o juiz tentasse influenciar um recurso apresentado por Nicolas Sarkozy no caso Bettencourt - que envolvia doações feitas ao partido de direita União por um Movimento Popular (UMP) pela herdeira do grupo L'Oréal, Liliane Bettencourt (falecida em 2017), em que a justiça retirou entretanto as acusações.
Em 27 de março, a Procuradoria Nacional Financeira pediu sete anos de prisão e uma multa de 300.000 euros para Nicolas Sarkozy pelo “pacto de corrupção” assinado com o antigo ditador líbio Muammar Kadhafi, morto em 2011.