A Islândia começou, esta segunda-feira, a julgar o ex-primeiro-ministro Geir Haarde por negligência e permitir a falência da banca islandesa em 2008, tornando-se no primeiro político, no mundo, a ir a tribunal por causa da crise.
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"Rejeito todas as acusações e acredito que não têm qualquer fundamento", disse Haarde, de 60 anos, no início do julgamento.
O ex-primeiro-ministro liderou o executivo islandês entre meados de 2006 e princípios de 2009, quando a coligação a que presidia acabou por ruir face à contestação popular na sequência da crise.
Geir Haarde, que tinha antes desvalorizado o julgamento, louvou agora o processo como uma oportunidade de se explicar ao país.
"É a primeira vez que tenho oportunidade de responder a perguntas sobre este caso. Quero enaltecer o facto de ter a possibilidade de responder a perguntas sobre a questão", afirmou.
Esta é a primeira vez que a Islândia faz uso do Landsdomur, um tribunal especial para julgar primeiros-ministros, em funções ou anteriores.
Em 2010, uma investigação sobre a crise de 2008, quando os principais bancos islandeses ruíram em poucas semanas, considerou Haarde e outros três políticos responsáveis pela derrocada financeira do país, mas o parlamento decidiu que só o ex-chefe do governo devia ir a tribunal.
O julgamento tem final previsto para 15 de maio.