As exéquias do ativista norte-americano Charlie Kirk, recentemente assassinado, começaram, este domingo, no State Farm Stadium, no Arizona, com dezenas de milhares de seguidores e a pompa e a escala de um funeral de Estado.
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O evento celebrado no recinto desportivo, que teve lotação esgotada, com 73 mil espetadores, começou com cânticos de gospel, seguidos de um grupo de gaitas-de-foles a interpretar "Amazing Grace" em frente a um grande retrato de Kirk montado num enorme palco.
Subiram depois ao palco Rob McCoy, um pastor californiano próximo de Kirk, que abriu o serviço fúnebre com o hino nacional, e outros oradores, entre os quais o presidente da universidade do Michigan onde Kirk estudou e membros da sua organização, Turning Point USA.
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Os elogios ao ativista foram recebidos com aplausos nas bancadas por todos os presentes no evento, que deverá durar várias horas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, será o orador principal da cerimónia, na qual se espera também a intervenção do vice-presidente, J.D. Vance, e de Erika Kirk, viúva de Kirk e nova diretora-executiva da sua organização, que defende não só valores cristãos radicais - como o criacionismo -, como também posições associadas ao nacionalismo branco, como a teoria da "Grande Substituição".
Trata-se de um movimento extremista global que vem crescendo rapidamente na internet, assente numa teoria da conspiração segundo a qual os caucasianos estão a ser alvo de um "genocídio branco" e a ser substituídos por "imigrantes, com uma cultura inferior e perigosa", quando consideram existir uma hierarquia racial no mundo, cujo topo devem ocupar.
Espera-se também que discursem na cerimónia o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário da Defesa, Pete Hegseth, e o vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Stephen Miller, conhecido pelas suas posições ultra-conservadoras e, juntamente com Vance, provavelmente o mais próximo de Kirk de entre os membros do Governo norte-americano.
Até Susie Wiles, a influente chefe de gabinete de Trump, que geralmente evita falar em público, dedicará umas palavras a Kirk.
Charlie Kirk, de 31 anos, defendia a ideia de que valia a pena sacrificar as vidas de algumas pessoas, assassinadas a tiro nos Estados Unidos, para que todos os cidadãos norte-americanos pudessem manter o direito de porte de armas de fogo.
Foi mortalmente atingido a tiro no pescoço a 10 de setembro, quando falava perante centenas de estudantes num evento organizado na Universidade de Utah Valley, no oeste dos Estados Unidos.
Kirk era um aliado próximo de Donald Trump, que anunciou que vai atribuir-lhe a título póstumo a Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração civil do país.