Câmara dos representantes aprova homenagem a Charlie Kirk com dezenas de democratas contra
A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou esta noite por larga maioria uma resolução em homenagem a Charlie Kirk, com um número significativo de democratas a votar contra, demonstrando o aprofundamento da divisão política após o homicídio do ativista conservador.
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A resolução, que enaltece "a vida e o legado" de Kirk, foi aprovada na câmara baixa do Congresso norte-americano, controlada pelos republicanos, com 310 votos a favor.
Enquanto 95 democratas apoiaram a resolução, 58 votaram contra e 38 votaram 'presentes', abstendo-se na prática.
Os republicanos tinham avisado antes da votação que ninguém se deveria opor à medida, mas muitos democratas disseram sentir que a morte de Kirk tinha sido politizada e que a resolução exaltava opiniões com as quais discordavam.
"A resolução de hoje sublinha a irresponsabilidade da maioria ao escolher redigir esta condenação e homenagem com uma base puramente partidária", defendeu a congressista Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova Iorque, uma democrata de destaque que votou contra a resolução.
O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, afirmou que não havia "nenhuma linguagem partidária" na resolução e que não havia "nenhuma desculpa" para alguém não votar a favor.
A votação encerrou uma semana de tensões acesas no Congresso e em todo o país, a braços com o assassinato de Kirk e o legado que deixou.
Muitos conservadores culparam a esquerda de fomentar um clima político que levou à sua morte, pressionando por mais do que a condenação e dando pouco espaço para críticas às suas opiniões.
Nos últimos dias, a reação a tais críticas levou a despedimentos, desde professores a jornalistas, enquanto ativistas conservadores lançavam campanhas de pressão agressivas.
"Nenhum membro da bancada democrata da Câmara, nenhum membro, tolera a violência política nos Estados Unidos", frisou hoje o líder democrata da câmara baixa, Hakeem Jeffries.
Ainda assim, os democratas que votaram contra a medida foram fortemente criticados.
"Quem poderia votar contra isto?", questionou, por sua vez, o Presidente Donald Trump, em reação à resolução.
No início da semana, a Câmara dos Representantes recusou por pouco punir um dos seus membros por comentários após o assassinato de Charlie Kirk.
A tentativa republicana de censurar a congressista Ilhan Omar ocorreu depois de esta ter criticado as opiniões de Kirk sobre a posse de armas e as relações raciais após a morte de George Floyd em Minneapolis, em 2020.
A resolução de hoje gerou um intenso debate interno entre os democratas. Embora a liderança do partido a tenha apoiado, não pressionou os membros para votarem de determinada forma. Alguns congressistas consideraram-na uma armadilha política destinada a forçá-los a apoiar as opiniões de Kirk.
Espera-se que muitos republicanos no Congresso viajem para o Arizona no domingo para o funeral de Kirk, incluindo Johnson, que prestou na quinta-feira uma longa homenagem a Kirk.