O exército mexicano assumiu, esta terça-feira, o controlo da cidade de Iguala (sul), após o desaparecimento de 43 estudantes que foram atacados por agentes municipais e narcotraficantes durante um protesto, anunciou a Comissão Nacional de segurança.
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A polícia municipal foi desarmada após o envio de forças federais, ordenado pelo Presidente Henrique Peña Nieto, para controlarem a cidade, situada no estado de Guerrero, e iniciarem as investigações, numa altura em que as autoridades suspeitam que os corpos dos estudantes desaparecidos poderão estar em valas comuns detetadas no passado fim de semana.
Caso se confirme que os corpos encontrados são os dos estudantes desaparecidos, este será um dos piores massacres no México desde a "guerra ao narcotráfico" desencadeada em 2006 pelo anterior Presidente, Felipe Calderón, com um balanço de quase 100.000 mortos.
No entanto, os familiares continuam a acreditar que os estudantes estão vivos e consideraram que a participação do governo federal na investigação "não é um favor, mas uma obrigação, para que os filhos sejam entregues vivos o mais depressa possível", como referiu a mãe de um dos desaparecidos, citada pela agência noticiosa AFP.
Os estudantes de Ayotzinapa, uma escola com tradições de contestação, deslocaram-se com dezenas de colegas no dia 26 de setembro a Iguala (100 quilómetros de distância) para recolher fundos e manifestarem-se.
Quando regressaram à sua cidade, em três autocarros, polícias municipais e homens armados não identificados dispararam sobre os veículos, provocando três mortos, enquanto durante a noite foram abatidas mais três pessoas, aparentemente jogadores de futebol de uma equipa local que se deslocavam num transporte coletivo.
De seguida, e segundo diversas testemunhas, dezenas de estudantes foram encaminhados para viaturas da polícia, que os transportaram para destino desconhecido.