O Estado Islâmico já controla a totalidade dos principais campos de petróleo e de gás na Síria, situados na província de Deir Ezzor, fronteiriça com o Iraque, informou na sexta-feira o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
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"Assumiram o controlo do campo petrolífero de Tanak, localizado na área desértica de Sheiytat, no leste da província de Deir Ezzor", ao fim de quinta-feira, depois de rebeldes rivais terem retirado, especificou o Observatório.
Antes, ao início de quinta-feira, os combatentes sunitas tinham-se apoderado do importante campo de Al-Omar.
Já o pequeno campo em Al-Ward, que produz 200 barris de petróleo por dia, continuava fora do seu controlo, permanecendo nas mãos de uma tribo local, disse o diretor do Observatório, Rami Abdel Rahman.
O Estado Islámico (EI) assumiu o controlo dos campos de Tanak e Al-Omar, depois de os combatentes rivais da Frente Al-Nusra, associada à Al-Qaeda, terem retirado. O EI declarou um "califado islâmico" nas áreas que controla na Síria e no Iraque.
Em Deir Ezzor, onde está o essencial da produção petrolífera síria, o EI já domina praticamente toda a região, com as suas forças reforçadas com o armamento pesado que capturaram às forças iraquianas que fugiram depois da ofensiva que fez.
Em janeiro, a Frente Al-Nusra e outros combatentes islamitas confrontaram-se com estes militantes, então organizados sob o que se designava Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), à medida que ser espalhavam pela Síria, impondo a sua hegemonia e as suas práticas brutais.
Os rebeldes expulsaram os combatentes do EI da província de Idlib, no nordeste sírio, e da maior parte da de Alepo, se bem que se confrontem com uma contraofensiva.
Na sexta-feira, o EI apoderou-se das vilas curdas de Zur Maghar e Bayada, próximas da fronteira com a Turquia.
Abdel Rahman disse à AFP que as áreas que o EI controla na cidade de Alepo estão "cercadas por todos os lados, seja pelas forças do regime, seja pelas dos islamitas que estão a combater".
No domingo, o EI proclamou um "califado", referindo-se a um sistema islâmico de governo que foi abolido há cerca de 100 anos, uma decisão considerada por outros combatentes islamitas como uma "heresia".