Até 2030, cerca de 500 milhões de pessoas poderão desenvolver doenças devido à inatividade física. O alerta é da Organização Mundial de Saúde (OMS), que defende que sejam adotadas medidas urgentes por parte dos governos.
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O relatório global sobre a atividade física em 2022, publicado pela OMS, revela que é necessário que sejam tomadas medidas governamentais de incentivo à atividade física, uma vez que a inatividade poderá provocar doenças cardíacas, obesidade, diabetes e outras doenças não transmissíveis. Estimam ainda que o custo anual, relacionado com o tratamento de novos casos de doenças não transmissíveis, ronde os 27,400 milhões de euros.
Os dados recolhidos nos 194 países "mostram que, no geral, o progresso é lento e que os países precisam acelerar o desenvolvimento e a implementação de políticas para aumentar os níveis de atividade física e, assim, prevenir doenças e reduzir a carga sobre os sistemas de saúde já sobrecarregados", adianta a OMS. O relatório revela ainda que menos de 50% dos países têm uma política nacional de atividade física e que apenas 30% tem orientações nacionais, para todas as faixas etárias, nesse sentido.
Covid-19 travou iniciativas
Segundo a OMS, apesar das políticas nacionais de combate às doenças não transmissíveis e à inatividade física ter aumentado nos últimos anos, 28% não são financiadas ou implementadas pelos países, e que "pouco mais de 50% dos países realizaram uma campanha nacional de comunicação, ou organizaram eventos de atividade física de participação em massa nos últimos dois anos". Acrescenta ainda que a pandemia da Covid-19 acabou por prejudicar muitas dessas iniciativas.
O diretor -geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, acrescentou que é necessário que mais países implementem políticas para incentivar as pessoas a serem mais ativas, uma vez que "os benefícios são enormes, não só para a saúde física e mental dos indivíduos, mas também para as sociedades, ambientes e economias" e que espera que "os países e parceiros usem este relatório para construir sociedades mais ativas, saudáveis e mais justas para todos".
Na tentativa de ajudar os países a aumentar a atividade física, o plano de ação global da OMS 2018-2030 estabeleceu 20 recomendações, tais como: o desenvolvimento de programas direcionados à atividade física em escolas, creches, cuidados de saúde primários e locais de trabalho e a criação de vias seguras para incentivar transportes ativos.