
ADEM ALTAN/AFP
Os números negros do terramoto da Turquia não param de aumentar. Esta terça-feira de madrugada, ascendiam a 279 os mortos resultantes do abalo sísmico que atingiu o país no domingo. Quatro médicos de um hospital do Porto voluntariaram-se ajudar os colegas turcos.
A informação foi dada à rádio TSF pela embaixadora portuguesa em Ankara, que salientou os esforços da população turca para encontrar sobreviventes, apesar dos inúmeros obstáculos que se lhes coloca. "Há uma equipa de voluntários que já se disponibilizou, é um grupo de quatro de um hospital do Porto", disse Luísa Bastos de Almeida.
Esta terça-feira de madrugada, o número de vítimas mortais ascendia a 279. Mais de 1300 pessoas ficaram feridas e milhares desalojadas, sobretudo nas cidades de Van e Ercis, junto à fronteira com o Irão.
As equipas de resgate trabalham a contra-relógio numa tentativa desesperada de retirar dos escombros pessoas com vida. A maioria dos edifícios são aguentou a força do terramoto de 7.2 de magnitude e colapsou. Os socorristas denunciaram a falta de material de adequado para a remoção dos escombros. "Estamos a trabalhar com ferramentas primitivas, não temos equipas", queixou-se um dos trabalhadores ao jornal "Hurriyet". De acordo com o mesmo socorrista, há apenas uma máquina que detecta sinais de vida debaixo dos escombros, que foi transportada para o distrito de Ercis, o mais afectado pelo sismo.
O Crescente Vermelho turco montou dois acampamentos em Van e em Ercis, mas milhares de desalojados enfrentaram mais uma noite gelada ao relento. À BBC, os sobreviventes curdos queixavam-se da falta de ajuda. "As tendas não vão ser suficientes, não temos comida, nenhuma equipa de salvamento chegou aqui", contava Serif Tarakci, habitante da cidade de Halkali.
Vários países, incluindo Portugal, ofereceram ajuda à Turquia, mas o primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, recusou até ao momento.
Nuno Vieira e "Coi" na Turquia
O português Nuno Vieira, natural de Braga, e o seu cão "Coi" partiram segunda-feira para o Sudeste da Turquia, com mais seis voluntários da ONG K-9, de Creixell (Espanha). A equipa de busca e salvamento conta ficar pelo menos uma semana a ajudar as autoridades turcas.
