O presidente do Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo, avisou, esta quarta-feira, no Congresso dos Deputados, o primeiro-ministro Pedro Sánchez que o PP irá promover uma investigação para apurar as ligações da mulher do chefe de Governo espanhol à Air Europa, caso não sejam dadas explicações.
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Na sessão de controlo do Congresso, em Madrid, o rosto da oposição espanhola ameaçou Pedro Sánchez com "uma investigação parlamentar ou judicial sobre assuntos que afetam o seu ambiente mais próximo", em referência às reuniões realizadas pela mulher do primeiro-ministro, Begoña Gómez, com os líderes da companhia aérea Air Europa.
Feijóo garantiu perante os deputados que vai investigar a comitiva do primeiro-ministro por suspeitas de fraude fiscal durante o anterior mandato. "Se acha que já resolveu as dúvidas em torno do que aconteceu no seu Governo e no seu partido, está enganado. E se acha que engavetou o que aconteceu em casa, também está enganado", assegurou o líder do PP.
Além disso, Feijóo atacou Sánchez por renunciar à apresentação do Orçamento do Estado e garantiu que a maioria dos espanhóis concorda que "governar não é viver em La Moncloa" e que, sem a clarificação das contas do país, devem ser convocadas novas eleições.
Em resposta, Sánchez pediu que Feijóo "enfrente a corrupção" dentro do próprio partido e voltou a apelar à renúncia da presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, pelo caso de alegada fraude fiscal a que o seu companheiro está ligado. Alberto González Amador comprou uma casa depois de defraudar o Estado em 350.951 euros, recorda o jornal espanhol "El País".
O Gabinete de Conflitos de Interesses recebeu uma queixa do PP contra Pedro Sánchez pela alegada relação entre o resgate da Air Europa, em novembro de 2020, e as "ligações de natureza económica e profissional" da mulher do primeiro-ministro.
Depois de analisar a queixa do partido de Direita, o órgão apontou que "não existe o pressuposto previsto na norma que permite considerar que o presidente do Governo pode ter incorrido numa causa de abstenção que exija a instauração de um procedimento de averiguação para expurgar responsabilidades pelas decisões do Conselho de Ministros de 3 de novembro de 2020 e 16 de março de 2021", como tal, a denúncia foi arquivada.
Após o arquivamento, o PP anunciou uma ofensiva parlamentar sobre o tema, que começou na terça-feira com perguntas no plenário do Senado, e que continua, esta quarta-feira, na sessão de controlo do Congresso.