O Rei Felipe VI apelou à perseverança na consolidação da União Europeia no "momento crucial" que atravessa, deixando claro que a guerra na Ucrânia nunca poderá destruir a cultura, a liberdade e a dignidade dos seres humanos.
Corpo do artigo
No discurso, que encerrou a cerimónia dos Prémios Princesa das Astúrias no Teatro Campoamor, em Oviedo, Felipe VI reconheceu que "tempos adversos como os atuais provocam dúvidas e preocupações sobre a própria construção da Europa".
Mas precisamente por isso, disse, "não podemos desanimar, devemos perseverar para consolidar este projeto, que tanto nos uniu e que continua a unir-nos".
"Um projeto de progresso, de liberdade, de igualdade, de respeito, de Direitos Humanos, de princípios democráticos, que merece a nossa lealdade e todo o nosso empenho num dos momentos mais cruciais da sua história recente", sublinhou.
Felipe VI salientou "a importância que a União Europeia (UE) teve e ainda tem para a Espanha".
E prosseguiu: "No passado foi um desejo, uma ambição, uma aspiração histórica. Hoje em dia é uma realidade que vivemos dia após dia. Hoje estamos a construir Espanha ao construir a Europa, e fazemos parte do destino comum de uma Europa unida", disse o monarca.
Assim, continuou, "o nosso envolvimento neste futuro comum, o que significa muito mais do que a crença num ideal. Significa a luta por convicções e princípios para forjar juntos um futuro de paz, justiça, liberdade e de esperança", salientou.
O Rei Filipe VI lamentou os "imensos e irreparáveis danos" causados pela guerra na Ucrânia, que, segundo ele, ameaça "o nosso presente e o nosso futuro", tal como as guerras noutras partes do mundo, que "representam sempre um grande fracasso para a humanidade".
"Nesta e em cada guerra, tudo o que nos enriquece como seres humanos e que constitui um legado transmitido de geração em geração é uma vítima", salientou Felipe, adiantando que "a guerra está a destruir bibliotecas, escolas, música, museus, ciência, arte".
Nesse sentido, "a cultura é uma vítima da guerra".
"Mas a guerra nunca destruirá a cultura, nem os valores que ela representa, nem a liberdade e dignidade dos seres humanos, que são a essência destes prémios", frisou o monarca, sublinhando que estes são precisamente os valores que a Europa também representa.
A este respeito, recordou que a origem da UE reside precisamente na "procura da paz permanente após a devastação causada pelas duas grandes guerras mundiais".