O ministro da Defesa indicou que os 20 feridos líbios que este domingo à noite chegaram ao aeroporto de Figo Maduro, no âmbito de uma operação humanitária do Estado português, serão submetidos a cirurgias e repatriados em 30 dias.
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"Nós estamos a responder a um pedido de carácter humanitário que se acomoda dentro das condições financeiras de que Portugal pode, neste momento, dispor e que é uma resposta a esse pedido, que foi feito pelas autoridades líbias, e a que as Forças Armadas Portuguesas mais uma vez respondem positivamente, mesmo num clima de austeridade", disse o ministro José Pedro Aguiar Branco à imprensa.
O custo desta operação é de 200 mil euros, que serão gastos no tratamento hospitalar dos feridos, sendo as viagens suportadas pelo Estado líbio, precisou o titular da pasta da Defesa.
Os 20 cidadãos líbios, que 14 ambulâncias distribuíram hoje equitativamente pelos hospitais militares da Estrela (Exército) e do Lumiar (Força Aérea), são vítimas de tiros e explosões, explicou o coronel médico da Força Aérea Vítor Santos, responsável pela equipa que foi a Tripoli fazer a triagem dos feridos e dar-lhes assistência na viagem até Lisboa.
"A maior parte deles vai ser submetida a cirurgia, a cirurgia adequada à actual situação deles. Alguns feridos já têm, inclusive, largas semanas desde que foram feridos, alguns deles já foram sujeitos a primeiras cirurgias mas, dada a complexidade do quadro clínico, necessitam de segundas cirurgias e eventualmente até de cirurgias posteriores", acrescentou.
O conselheiro para a comunicação social da embaixada da Líbia em Lisboa, Saoud Eltayari - que em Junho último anunciou, com o restante pessoal diplomático líbio em Portugal, a ruptura com o regime de Muammar Kadafi e o apoio ao Conselho Nacional de Transição (CNT) -, deslocou-se hoje ao aeroporto de Figo Maduro para agradecer a ajuda de Portugal.
"Nós compreendemos a situação económica dos países da Europa, mas tomamos em consideração qualquer atitude que possa vir ajudar a salvar estes feridos, dado que não existem condições melhores na Líbia para curar estas pessoas", disse o diplomata.
"Se a Líbia também conseguir ultrapassar a situação dos dinheiros congelados fora, até poderá estar na disposição de trazer feridos aqui para Portugal, e mesmo para outros países, custeados pelo Estado líbio", sublinhou Saoud Eltayari.
