A história "inacreditável" de um homem de 24 anos que salvou a mãe, portadora de deficiência, depois de a ter carregado às costas desde o topo da torre Grenfell até ao primeiro piso, é um dos mais recentes casos de heroísmos do incêndio em Londres.
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"Shekeb tinha de a tirar dali o mais rápido possível. Pegou nos braços dela, pô-los à volta do pescoço e levou-a às costas pelos 24 andares", contou Aref, tio de Shekeb Neda, o recém-engenheiro mecânico que salvou a mãe do fogo que, esta quarta-feira, causou pelo menos 30 vítimas mortais num prédio habitacional em Grenfell Road.
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Flora, de 55 anos, sofre de doença muscular degenerativa e, por isso, não tem a capacidade locomotora de que precisava para fugir às chamas. A condição piorou as hipóteses de sobrevivência que, só por si, já eram escassas. Mas o filho fez-lhes frente e levou às costas a mãe, desmaiada, pela escadaria do edifício.
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Flora está em coma no hospital, onde está também o filho, já fora de perigo e a "ficar bom, aos poucos", dizem fontes próximas ao "The Sun". O pai de Shekeb, Mohammed Neda, de 59 anos, está desaparecido. Continuou na casa em chamas quando mulher e filho desceram, e, desde então, não há notícia dele.
Um amigo da família, Fahim Muzhary, de 62 anos, diz que Shekeb é um "herói", por ter passado entre fumo e fogo pelo prédio inteiro com uma pessoa às costas: "No meio do caos, de toda a gritaria e confusão, agarrou na mãe e levou-a. Correu pelas escadas, com a mãe às costas, sempre até ao fim. Só não sei como é que o fez (...) Inacreditável".