Uma mulher fez-se passar por prima de uma vítima da queda do avião da Germanwings e viajou, duas vezes, para o local do acidente, com todas as despesas pagas pela companhia Lufthansa.
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A identidade da mulher não foi revelada. Mas a burla foi noticiada por dois jornais alemães. Anunciando-se como prima de um dos 144 passageiros mortos na queda do avião da Germanwings, a 24 de março, a desconhecida enganou a Lufthansa e viajou a expensas pagas para o local do acidente.
A mulher visitou o monumento às vítimas, em Le Vernet, e participou nas palestras organizadas por psicólogos para apoiar familiares das vítimas. Dizia ser prima de um dos professores do colégio Joseph King, que tinha 16 alunos a bordo, mas foi denunciada pelo pai de um dos dois professores daquela escola germânica que também morreram no acidente.
"Lamentamos que a família, num momento tão difícil, ainda tenha tido de lidar com isto", disse o porta-voz da Lufthansa, Helmut Tolksord, citado pelos jornais "Ruhr Nachrichten" e "Bild".
De acordo com aqueles periódicos, a mulher foi detida pela Lufthansa, durante a segunda viagem aos Alpes, pela altura da Semana Santa.
Apesar de ainda estar em investigação, a análise à segunda caixa negra do A320 da companhia Germanwings confirma uma ação deliberada do copiloto para fazer descer o avião, segundo os investigadores.
"Uma primeira leitura" da segunda caixa negra encontrada "dá a entender que o piloto presente no 'cockpit' usou o piloto automático para fazer descer o avião para uma altitude de 100 pés, e depois, em várias ocasiões durante a descida, o piloto modificou as instruções do piloto automático para aumentar a velocidade do avião", indicou em comunicado o gabinete francês de investigações e análises (BEA).
A caixa, encontrada escurecida pelo fogo e enterrada na montanha, foi transportada para Paris, tendo a sua análise começado de imediato. "Os trabalhos para determinar a sequência precisa de acontecimentos durante o voo continua", disso o BEA.
A investigação ao acidente do Airbus A320 da Germanwings, baseada inicialmente apenas na análise dos sons do "cockpit" registadas na primeira caixa negra, concluiu que o copiloto Andreas Lubitz terá provocado deliberadamente o acidente, que causou a morte a 150 pessoas, ao ficar sozinho no 'cockpit' e bloquear a porta do compartimento para impedir o piloto de reentrar.
As investigações feitas na Alemanha indicam que Lubitz sofreu um "episódio depressivo grave" em 2009 e recebeu tratamento para "tendências suicidas".
A procuradoria de Düsseldorf, onde o copiloto vivia, revelou ainda que Andreas Lubitz procurou na internet informação sobre métodos de suicídio e funcionamento das portas do "cockpit" até à véspera do acidente.
A informação foi apurada pelos procuradores alemães a partir do conteúdo de um "tablet" apreendido numa das residências de Andreas Lubitz.
O copiloto, de 27 anos, procurou na internet informação sobre "formas de cometer suicídio", "especialmente" entre 16 e 23 de março, véspera do acidente, segundo um comunicado.
Pelo menos num desses dias, Lubitz viu também, "durante vários minutos", informação sobre "portas de cockpit e disposições de segurança".
O Airbus A320 da Germanwings, que fazia a ligação entre Barcelona (Espanha) e Düsseldorf (Alemanha), despenhou-se a 24 de março nos Alpes franceses, matando todos os 144 passageiros e seis tripulantes.