É mais um caso com um Boeing. A empresa de aviação americana detetou uma área junto da asa do 737 NG propensa a fissuras, que levou várias companhias a iniciarem inspeções a este modelo.
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A companhia aérea australiana Qantas detetou uma fissura num Boeing 737 NG, que foi encostado. Na sequência, deu início a uma inspeção de todos os aparelhos daquele modelo na frota atual.
Segundo a Qantas, outras companhias aéreas mundiais estão a inspecionar os Boeing 737 NG, depois de a Boeing revelar que uma área perto da asa é propensa a fissuras. A nível mundial, relata a agência de notícias AFP, pelo menos 50 aviões ficaram em terra devido a este problema.
De acordo com a Boeing, as fissuras foram encontradas no "pickle fork", uma peça em forma de garfo de pickles, como indica o nome, que faz a ligação com a asa e ajuda a distribuir o peso da fuselagem.
No mês passado, os reguladores americanos de aviação ordenaram inspeções a todos os 737 NG com mais de 30 mil voos. A Qantas diz que não tem na frota nenhum aparelho daquela gama com mais de 30 mil voos e que o avião em que foi encontrada a fissura tinha menos de 27 mil voos.
"Nunca usaríamos um avião a não ser que fosse completamente seguro", argumentou a Qantas, em comunicado. "Mesmo que haja uma fissura, isso não compromete imediatamente a segurança da aeronave", acrescenta a companhia aérea australiana.
Esta situação é conhecida dois dias depois de a Boeing ter admitido publicamente que a empresa cometeu "erros" nos acidentes mortais com aviões do modelo 737 Max 8 na Indonésia e na Etiópia.
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O primeiro testemunho do presidente executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, no Congresso norte-americano ocorreu exatamente um ano depois do acidente de um avião 737 Max 8 da companhia aérea indonésia Lion Air, que provocou 189 mortos, incluindo todos os passageiros e tripulantes.
Cinco meses depois, um avião do mesmo modelo da Ethiopian Airlines caiu em circunstâncias semelhantes, causando a morte de 157 pessoas.
Desde então, todos os Boeing 737 Max 8 foram retirados de circulação em todo o mundo.
Uma investigação indonésia concluiu que a queda do voo da Lion Air, que matou 189 pessoas há um ano, se deveu a uma combinação de falhas no projeto do aparelho, na formação dos pilotos e na manutenção.
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O relatório final do acidente, divulgado em 25 de outubro, refere que o voo 610 da Lion Air, que ligava a capital da Indonésia à ilha de Sumatra, caiu porque os pilotos nunca foram informados sobre como responder rapidamente a falhas no sistema de controlo automatizado do jato Boeing 737 Max 8.
O avião mergulhou no mar de Java apenas 13 minutos após levantar voo, em 29 de outubro de 2018.
Segundo o Comité Nacional de Segurança em Transportes da Indonésia, o sistema automatizado, conhecido como MCAS, contava com um único sensor de "ângulo de ataque" que fornecia informações erradas, empurrando automaticamente o nariz do avião para baixo.
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