O estado norte-americano da Florida executou na quinta-feira por injeção letal um condenado por triplo homicídio, segundo as autoridades norte-americanas, sendo a 11.º execução do estado em 2025, superando o recorde das oito condenações em 2014.
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Curtis Windom, de 59 anos, foi declarado morto às 18.17 horas (23.17 horas em Portugal continental) depois de ter recebido uma injeção letal na Penitenciária Estadual da Florida.
Foi condenado à morte por matar a namorada Valerie Davis, a mãe da namorada, Mary Lubin, e Johnnie Lee, no dia 7 de novembro de 1992, na região de Orlando.
Nos seus momentos finais, Windom disse algo sobre estar no corredor da morte, mas não foi possível perceber bem o que disse.
Quando as drogas começaram a fluir, Windom começou a respirar fundo, as pernas contraíram-se várias vezes e depois ficou imóvel.
Os registos judiciais mostram que, em 1992, Windom disse a um amigo que planeava matar Johnnie Lee, sendo que Lee alegadamente devia a Windom dois mil dólares (cerca de 1700 euros).
Windom comprou uma arma e munições, de acordo com o depoimento em tribunal e de seguida disparou duas vezes contra as costas de Lee a partir do interior de um carro, seguindo-se mais dois tiros.
De seguida, Windom foi ao apartamento da namorada e matou-a tiro, sem que existissem provocações, em frente a um amigo, segundo os registos do tribunal.
Windom disparou e feriu aleatoriamente outro homem antes de encontrar a mãe da namorada, Mary Lubin, sendo que o condenado disparou duas vezes contra Mary Lubin.
O detido foi condenado à pena de morte pelos homicídios e uma pena de 22 anos pela tentativa de homicídio.
Filha pediu clemência: "Perdoei o meu pai"
A filha de Valerie Davis e de Curtis Windom, Curtisia Windom, realizou campanhas para impedir a execução do pai.
"A vida não foi fácil enquanto crescia. Mas se o podemos perdoar, não vejo porque é que as pessoas nas ruas que não passaram pela nossa dor têm o direito de dizer que ele devia morrer", disse Curtis Windom ao jornal "Orlando Sentinel".
Um grupo chamado Floridianos por Alternativas à Pena de Morte disse em comunicado que entregou mais de cinco mil assinaturas de petição ao governador da Florida, Ron DeSantis, instando-o a interromper os planos de execução, sendo que Curtisia Windom estava entre os que pediam clemência.
"O perdão vem com o tempo, e 33 anos é muito tempo. Eu própria perdoei o meu pai", disse a filha do recluso, citada no comunicado do grupo.
Os advogados de Windom apresentaram inúmeros recursos ao longo dos anos, incluindo a alegação de que as provas dos seus problemas mentais deveriam ter sido apresentadas no julgamento.
O Supremo Tribunal da Florida decidiu que isso não seria relevante para Windom, pois os procuradores apresentaram provas que indicavam que o detido era traficante de droga e que as duas mulheres que matou eram informadoras da polícia.
Muitos dos recursos de Windom centraram-se em alegações de que foi representado por um advogado incompetente na apresentação de provas de saúde mental.
A Florida executou mais pessoas do que qualquer outro estado este ano, enquanto o Texas e a Carolina do Sul estão empatados em segundo lugar, com quatro cada.
As execuções na Florida são realizadas com uma injeção letal de três medicamentos, um sedativo, um paralisante e um medicamento que para o coração, de acordo com o Departamento de Estado.
