O ex-conselheiro da Casa Branca Michael Flynn "obstruiu", com falsas declarações, a investigação sobre a ingerência russa nas presidenciais de 2016, após contactar autoridades russas "a pedido de um muito alto responsável" da equipa Trump, segundo a acusação.
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"As omissões e falsas declarações de Flynn obstruíram e tiveram consequências reais nas investigações em curso do FBI (polícia federal norte-americana)" sobre um eventual entendimento entre os russos e a equipa de campanha do candidato presidencial republicano, Donald Trump, lê-se no documento assinado pelo procurador especial Robert Mueller.
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Flynn, general na reserva e conselheiro para a Segurança Nacional do presidente Trump durante 24 dias, entre janeiro e fevereiro deste ano, é também acusado de ter mentido sobre conversas com diplomatas, entre os quais o embaixador da Rússia em Washington, Sergey Kislyak, e de ter escondido que tentou influenciar um voto do Conselho de Segurança da ONU sobre a construção de colonatos realizada por Israel.
Tais manobras destinar-se-iam a enfraquecer a ação de Barack Obama, então ainda presidente dos Estados Unidos.
"A 22 de dezembro de 2016, um muito alto responsável da equipa de transição presidencial pediu a Flynn para contactar responsáveis de Governos estrangeiros, incluindo da Rússia, para conhecer as respetivas posições sobre a resolução e para influenciar esses Governos com o objetivo de adiar a votação ou fazer abortar a resolução", resume o procurador encarregado do inquérito russo.