As forças de segurança venezuelanas cercaram, esta terça-feira, o edifício da Assembleia Nacional, em Caracas. A denúncia foi feita pelo autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, no Twitter.
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A imprensa venezuelana dá conta de que 15 agentes dos serviços secretos (SEBIN) estão a revistar o gabinete de Guaidó.
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Mais de uma centena de elementos da Guarda Nacional Bolivariana, da polícia (PNB) e o Serviço de Inteligência (Sebin) impediram a entrada de deputados no Parlamento, sem oferecer qualquer explicação.
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"Queremos dizer-lhes que isto para nós é, desde logo, um ato intimidatório do regime para impedir que a Assembleia Nacional continue a desempenhar as suas funções", afirmou a jornalistas no local o deputado Luis Stefanelli, citado pela agência EFE.
Nas redes sociais, vários deputados da Assembleia Nacional, controlada pela oposição, afirmam que os agentes lhes barraram o acesso ao edifício.
A Polícia Nacional Bolivariana justifica o cerco por suspeitar da "existência de um engenho explosivo" no local.
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De acordo com a mesma fonte, o perímetro de segurança imposto a norte, sul, leste e oeste do local vai aumentando, evitando que as pessoas se aproximem.
Esta situação, que já ocorreu no passado, foi qualificada pelo deputado Franklyn Duarte como uma ação que faz "parte da estratégia" do presidente, Nicolás Maduro, de "liquidar" o Parlamento.
"Querem liquidar-nos de todas as maneiras, querem liquidar-nos prendendo os deputados, retirando a imunidade parlamentar aos deputados, hoje aparecem com um dispositivo explosivo no Parlamento quando, convém salientar, quem faz segurança no Palácio é a Guarda Nacional a mando de Maduro", apontou o legislador em declarações à Efe.
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A sessão do Parlamento não foi suspensa e, segundo as mesmas fontes, os deputados estão a tentar realizar o debate ordinário desta terça-feira.
O assembleia tinha previsto debater hoje a "perseguição" contra os deputados que estão contra o Governo de Maduro, depois de o Supremo Tribunal de Justiça ter acusado 10 deputados de vários delitos, relacionados com a tentativa de revolta, encabeçada pelo presidente do Parlamento e autoproclamado presidente interino da Venezuela, reconhecido por mais de 50 países, Juan Guaidó, a 30 de abril.
Desde aí, foi levantada a imunidade parlamentar de sete dos acusados e foi detido um deles, o vice-presidente da Assembleia, Edgar Zambrano.
Estava previsto que dois dos deputados acusados pela tentativa falhada de revolta militar, Henry Ramos Allup e Simón Calzadilla, assistissem à sessão do Parlamento, apesar da possibilidade de serem presos.