As forças leais ao presidente cessante da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, atacaram o quartel-general do presidente reconhecido pelas Nações Unidas, Alassane Ouattara, numa grande escalada de violência pelo controlo do país.
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Segundo testemunhas citadas pela agência noticiosa France Presse, o Golf Hotel, em Abidjan, que serve de refúgio a Ouattara desde as eleições de Novembro, esteve debaixo de ataque desde as 17 horas locais (18 horas em Lisboa).
Foi a primeira vez, desde o início da crise política no país da África Ocidental, que o hotel foi alvo de ataques directos.
"Estamos a ser atacados com artilharia pesada e ligeira. Está a fazer as paredes abanar. Os funcionários estão a ser retirados para a cave", disse um empregado do hotel, citado pela France Presse.
Um residente no hotel afirmou, por seu lado: "os tiros estão muito perto, e os franco-atiradores estão a disparar os tiros de Kalashnikov, as forças de Gbagbo estão a atacar-nos em todas as frentes".
Um dos combatentes pró-Ouattara disse à France Presse que as FDS (Forças de Defesa e Segurança, leais a Gbagbo) estavam a atacar e que iriam tentar repelir esse ataque.
A investida segue-se ao bloqueio de Gbagbo dentro do palácio presidencial, pelas forças leais a Ouattara.
As Nações Unidas tinham já avisado que as forças de Gbagbo estavam a ganhar terreno, aproveitando uma paragem nos combates, e que ainda controlam tanques e outro armamento pesado.
Os confrontos com os grupos pró-Gbagbo levaram também as tropas francesas a abortar uma operação de retirada de pessoal diplomático de Abidjan.
Segundo as Nações Unidas, diversas áreas de Abidjan estão ainda em situação desesperada e necessitam de ajuda humanitária urgente que, devido aos confrontos, não chega às populações.