Dezenas de pessoas estão em protesto desde o início da noite no centro de Bissau contra o presidente da República, José Mário Vaz, depois de ter nomeado Baciro Djá como primeiro-ministro.
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Os manifestantes estão concentrados à porta da sede do PAIGC com diversos elementos das forças de segurança a mantê-los afastados do palácio presidencial, situado logo ao lado, observou a Lusa no local.
Manifestantes atiraram pedras contra palácio da Presidência e atearam fogo a alguns pneus
Gritam palavras de ordem contra José Mário Vaz, enquanto entram e saem das instalações do partido onde estão afixadas tarjas viradas para a Presidência que classificam o chefe de Estado como "ditador".
Quando a nomeação do novo primeiro-ministro foi anunciada, pouco depois das 19 horas (20 horas em Portugal continental), os manifestantes atiraram pedras contra o palácio e atearam fogo a alguns pneus nas imediações, relataram observadores que presenciaram os distúrbios.
As forças de segurança e militares responderam com gás lacrimogéneo e evacuaram parte da Praça dos Heróis Nacionais, em frente ao palácio presidencial, onde a circulação automóvel se mantém interdita.
Em redor da praça, muitas pessoas mantêm-se curiosas a observar os protestos, algo muito raro na Guiné-Bissau.
Apesar da agitação, a esplanada do lado oposto à sede do PAIGC, uma das principais do país, não deixou de funcionar e a situação que muitos observam à distância domina as conversas.
O presidente da República, José Mário Vaz, nomeou hoje Baciro Djá como primeiro-ministro, contra a vontade do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) que venceu as eleições de 2014.
Baciro Djá foi ministro da Presidência do Conselho de Ministros do primeiro governo da atual legislatura, mas acabaria por entrar em divergência com o primeiro-ministro da altura, Domingos Simões Pereira - líder do PAIGC.