As forças que apoiam o regime sírio executaram pelo menos 82 civis, entre os quais mulheres e crianças, nos bairros do leste de Alepo que recuperaram aos rebeldes, anunciou a ONU.
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Numa conferência de imprensa em Genebra, o porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Rupert Colville, indicou que aquelas vítimas, que incluem 11 mulheres e 13 crianças, foram mortos "provavelmente nas últimas 48 horas" em quatro bairros de Alepo, a cidade mártir do norte da Síria.
"Fomos informados que forças pró-governamentais entraram em casas e mataram os civis que lá se encontravam, incluindo as mulheres e as crianças", disse, falando de um total de "pelo menos 82 civis, incluindo 11 mulheres e 13 crianças, nos bairros de Bustane al-Qasr, Ferdus, Kallasé e Salhine".
Colville reconheceu ser "incrivelmente difícil verificar estas informações". "No entanto, elas foram corroboradas por várias fontes credíveis", sublinhou.
Interrogado sobre o que entendia por "forças pró-governamentais", o porta-voz respondeu: "é uma mistura do exército sírio e de milícias".
O exército do regime de Bashar al-Assad é apoiado por militantes do movimento xiita libanês Hezbollah, por combatentes iranianos e por milicianos iraquianos na sua luta contra os grupos armados da oposição.
Colville indicou que, segundo informações de várias fontes, "dezenas de civis foram abatidos a tiro na praça al-Ahrar no bairro de Kallasé e também no bairro de Bustane al-Qasr, por forças governamentais e seus aliados, incluindo, aparentemente, o grupo armado iraquiano al-Nujabaa".
O porta-voz indicou que alguns civis conseguiram fugir antes da chegada das forças pró-governamentais, "mas outros terão sido detidos e mortos".
"Pensamos que nos bairros que até recentemente eram controlados pela oposição estão ainda milhares de civis, entre os quais ativistas e membros da defesa civil que se arriscam a serem detidos, torturados e mortos", alertou.
Os rebeldes já só dominam uma pequena parte do leste de Alepo, que podem perder a qualquer momento, o que constituirá uma importante vitória para o regime de Damasco.