França acaba com a trituração de pintos vivos e castração de leitões sem anestesia
A medida há muito que era defendida pelos ativistas dos direitos dos animais e foi confirmada na terça-feira por Didier Guillaume, ministro da Agricultura de França. A partir do final de 2021, será proibida a trituração de pintos vivos e a castração de leitões sem recurso a anestesia.
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Todos os anos, em França, são abatidos cerca de 50 milhões de pintos machos pouco depois de terem nascido. São triturados, asfixiados em sacos de plástico ou electrocutados. Tudo porque, para a indústria avícola, alimentar os pequenos animais não é lucrativo. "A partir de 2021, nada vai ser como dantes", prometeu Didier Guillaume.
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O responsável pela pasta da agricultura disse esperar que em breve seja encontrado um método que permita aos agricultores determinar o sexo de um embrião de galinha ainda no ovo, antes de chocar.
Vários cientistas têm procurado um método viável, mas o mais avançado ainda obriga a que cada ovo seja perfurado para colher uma amostra. Uma técnica que, além de não ser simples, também não é economicamente viável.
Europa quer mudar. Mas pouco
A Suíça é um dos países do continente europeu onde o abate de pintos através da trituração foi já proibido. A prática, mesmo sendo rara entre os produtores daquele país, passou a ser ilegal em setembro do ano passado.
A Alemanha é outro dos países que deu um passo em frente neste sentido. Ainda assim, um tribunal Administrativo Superior decidiu, no passado mês de junho, que esta técnica, usada para matar mais de 45 milhões de aves todos os anos, pode continuar até que seja encontrado um novo método.
Mesmo com estes avançados, a técnica continua a ser usado em muitos países. E está longe de ser ilegal. Uma diretiva da União Europeia, datada de 2009, autoriza a trituração destes animais, desde que aconteça nas primeiras 72 horas de vida.
Leitões no centro da discussão
O ministro francês deixou claro que a partir do próximo ano será também obrigatório aplicar anestesia nos leitões antes de os castrar. Os animais são castrados para que engordem mais facilmente, sendo maior o lucro para quem os vende.
A técnica tem sido contestada por ativistas ligados à causa animal. Nos últimos anos, uma série de talhos têm sido vandalizados por membros mais radicais destes grupos. Apesar da mudança na legislação, os responsáveis pelo Compassion in World Farming (CIWF) admitiram ter ficado desapontados porque esperavam que o governo fosse banir por completo a castração de leitões e expressaram, também, a insatisfação pelo facto de o ministro não ter anunciado a proibição de ovos provenientes de galinhas criadas em gaiolas.