O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, disse, este domingo, que os três mil europeus implicados nos grupos jiadistas a combater na Síria e no Iraque podem chegar a cinco mil este verão e a 10 mil no próximo ano.
Corpo do artigo
"Fazemos frente a uma ameaçada particularmente elevada em França e na Europa", disse Valls numa entrevista às cadeias de televisão e rádio "Europe 1" e "iTélé".
O Governo "integrou este nível de ameaça e atua em consequência, há que atuar com maior firmeza", disse o primeiro-ministro, acrescentando: "Agora temos três mil europeus no Iraque e Síria. Poderão ser 5 mil antes do verão e 10 mil no próximo ano. Percebem agora a ameaça?", questionou o governante.
Sábado, uma mulher em Espanha, e domingo, dois adolescentes na Austrália, foram impedidos pela polícia de saírem para a Síria, alegadamente com o intuito de se juntarem ao autoproclamado Estado Islâmico.
No caso francês, Valls disse que havia 1400 cidadãos associados a estes grupos terroristas, considerando que para os combater é preciso trabalhar na "cooperação internacional" e no reforço dos serviços secretos, que vão ser reformulados com uma lei.
O objetivo da lei, disse o primeiro-ministro, é "proteger também os cidadãos muçulmanos" porque as campanhas do autoproclamado Estado Islâmico pretendem "dividir", mas também porque a direita radical os estigmatiza e porque os atos contra os muçulmanos aumentaram.
"Marine le Pen, como toda a extrema-direita, faz dos muçulmanos o inimigo", criticou Valls.