O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, disse, esta sexta-feira, que a França está "em guerra" com o terrorismo mas não com a religião, na sequência da operação policial que está a decorrer para capturar os alegados suspeitos do atentado no jornal "Charlie Hebdo".
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"Estamos em guerra contra o terrorismo, não contra uma religião ou uma civilização", afirmou Manuel Valls, pouco depois da polícia ter cercado os dois extremistas islâmicos, perto de Paris.
Entretanto, o presidente francês, François Hollande, afirmou que o país está "em choque" com o atentado terrorista de quarta-feira mas garantiu que "a França será capaz de resistir a todas as provas".
Hollande falava, esta sexta-feira, no Ministério do Interior, onde foi acompanhar a operação policial em curso em Dammartin-en-Goële, na região de Seine-et-Marne, nos arredores de Paris, onde a polícia cercou dois suspeitos do ataque à redação do jornal satírico Charlie Hebdo, que fez 12 mortos e vários feridos graves.
"A França está em choque, sobretudo porque os autores deste ato ainda não estão detidos. As operações estão em curso", declarou.
Depois de falar sobre a participação de França na coligação internacional para travar o grupo autodenominado Estado Islâmico e na intervenção militar de França no Mali, o presidente francês declarou ainda: "Há também ameaças a partir do interior. Sabemos há meses que havia tentativas, desmantelámos várias. Houve muitos atentados que conseguimos travar e há outros que podem acontecer".
O chefe de Estado francês anunciou que vai haver uma reunião de ministros do Interior no próximo domingo, sublinhando a manifestação da "solidariedade internacional".
Hollande acrescentou que pretende "garantir a segurança das manifestações que têm acontecido", incluindo a marcha do próximo domingo.