A França tenciona triplicar o número de tropas no Mali, apontando para uma força de 2.500 soldados, anunciou esta terça-feira o Ministério da Defesa francês, enquanto a Organização para a Cooperação Islâmica apelou a um cessar-fogo.
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O anúncio de Paris indica que o Governo de François Hollande está disposto a assumir um papel maior - e durante mais tempo - na campanha contra os grupos islamitas que querem tomar conta da sua antiga colónia africana.
O presidente francês afirmou hoje que atualmente estão 750 soldados franceses no Mali, mas admitiu que o destacamento irá aumentar. Fonte próxima do ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, precisou que o número de militares irá aumentar progressivamente até atingir os 2500.
Este aumento contradiz declarações de vários ministros franceses que apontavam para um envolvimento limitado de forças terrestres francesas restrito à proteção da capital do Mali, Bamako.
A Organização para a Cooperação Islâmica (OIC), a que o Mali pertence, apelou hoje a um cessar-fogo, considerando que a ofensiva francesa é "prematura" e que se deve regressar às negociações conduzidas pelo Burkina Faso.
O chefe da OIC, Ekmeleddin Ihsanoglu, manifestou "grande preocupação com a escalada militar" e apelou à "máxima contenção" por parte de todas as fações.
Segundo o diário "Le Monde", a França também planeia colocar um contingente significativo em Mopti, no centro do Mali, para poder efetuar operações no norte do país.
Até agora, o executivo francês tem declarado que as operações militares desencadeadas no dia 10 visam impedir a investida dos islamitas para sul, cabendo ao exército do Mali reconquistar o norte do país com a ajuda de tropas de outras nações africanas.
Vários analistas consideraram que esta expetativa é otimista, notando a capacidade limitada do exército do Mali e a inexperiência das forças dos países da África ocidental no confronto com guerrilheiros habituados a combater num terreno desértico e difícil.