Jared Kushner, um dos emissários dos Estados Unidos da América às conversações entre Israel e o movimento islamista Hamas, afirmou que o estado hebraico tem de "arranjar maneira de ajudar" os palestinianos, numa entrevista pré-gravada à televisão CBS.
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O também genro do presidente norte-americano, Donald Trump, que já chegou a Israel, juntamente com o enviado norte-americano Witkoff, proferiu aquelas declarações antes dos mais recentes ataques das Forças da Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa), apesar do cessar-fogo acordado e patrocinado por Trump, Qatar, Turquia e Arábia Saudita.
"A mensagem mais importante que queremos transmitir aos responsáveis israelitas, agora que acabou a Guerra, é a de que, se querem ter Israel integrado no Médio Oriente, têm de arranjar maneira de ajudar o povo palestiniano a singrar e a ficar melhor", disse Kushner.
O mesmo declarou ainda que se trata de "uma situação muito difícil e de uma dinâmica bastante complexa".
"Agora, o Hamas está a fazer precisamente o que seria expectável por parte de uma organização terrorista, tentar reagrupar-se e voltar a ganhar equilíbrio", continuou, contrapondo que, se houver "uma alternativa", aquele grupo palestiniano extremista "vai fracassar e Gaza deixa de ser uma ameaça para Israel".
Questionado diretamente sobre a coexistência de dois estados naqueles territórios, Kushner afirmou que "a palavra "Estado" significa coisas diferentes para pessoas diferentes".
"O nosso foco, agora, é criar uma situação de segurança para ambos e de oportunidades económicas tanto para israelitas como para palestinianos, para que possam viver pacificamente, lado a lado, sustentavelmente", concluiu.
Israel bombardeou vários locais na Faixa de Gaza no domingo em resposta ao que interpretou como uma violação do acordo por parte do Hamas.
Os bombardeamentos ocorreram após confrontos na manhã de domingo na zona de Rafah, localizada no sul de Gaza e controlada pelo exército israelita, tendo morrido dois soldados das IDF e dezenas de palestinianos, de acordo com o Hamas.
Após estes confrontos, Israel alegou ter "retomado a aplicação do cessar-fogo", enquanto Trump afirmou que a trégua "continua em vigor".