Mikhail Gorbachev apelou aos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos Estados Unidos, Barack Obama, para ajudarem a lançar conversações entre poder e oposição na Ucrânia, onde desde domingo violentos confrontos opõem polícia e manifestantes.
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"Vladimir Vladimirovitch (Putin), Obama, peço-vos que (...) deem um passo decisivo para ajudar a Ucrânia a retomar o caminho do desenvolvimento pacífico", escreveu o último dirigente soviético numa carta aberta aos dois presidentes.
"Estou certo de que têm as forças necessárias para atingir esse objetivo. As partes em confronto devem sentar-se à mesa das negociações", acrescentou.
"Não podemos deixar de ver que o curso dos acontecimentos ameaça não apenas a Ucrânia e os seus vizinhos, mas também a Europa e o mundo inteiro", alertou.
O porta-voz de Putin afirmou, esta quinta-feira, que a Rússia não vai interferir "nos assuntos internos da Ucrânia".
Antiga república soviética, a Ucrânia é há dois meses palco de uma vaga de contestação suscitada pela decisão do presidente, Viktor Ianukovitch, de suspender os preparativos para assinar um acordo com a União Europeia e estreitar relações com a Rússia.
Os violentos confrontos entre polícia e manifestantes que se registam desde domingo em Kiev fizeram cinco mortos e centenas de feridos.