O Presidente brasileiro em exercício, Hamilton Mourão, afirmou à imprensa que o gabinete de crise do Governo pondera o afastamento da direção da empresa mineira Vale, durante as investigações sobre a rutura da barragem em Brumadinho.
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"Essa questão [do afastamento] da direção da Vale está a ser estudada pelo grupo de crise. Vamos aguardar quais são as linhas de atuação que eles estão a levantar", disse Mourão à imprensa brasileira, ao deixar o Palácio do Planalto, em Brasília, após assumir interinamente a presidência do Brasil devido à operação de retirada da bolsa de colostomia de Jair Bolsonaro.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, o general Hamilton Mourão defendeu ainda a punição dos eventuais culpados da rutura da barragem.
"Primeiro uma punição que dói no bolso, que aliás já está a ser aplicada, e segundo, se houve incompetência, imprudência ou negligência por parte de alguém dentro da empresa, essa pessoa tem que responder criminalmente. Afinal de contas, quantas vidas foram perdidas?", indagou o general.
O gabinete de crise do Governo brasileiro reuniu-se na manhã de hoje e contou com a presença dos ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni; da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno; o responsável pela secretaria de Governo, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz; o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto; da pasta de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque, e da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.
Pelo menos 60 pessoas morreram na sequência da rutura, na sexta-feira, de uma barragem em Brumadinho, no estado brasileiro de Minas Gerais, informaram as autoridades brasileiras, num novo balanço.
Segundos os números avançados, apenas 19 das vítimas mortais foram identificadas até ao momento, havendo ainda 292 desaparecidos, 192 resgatados, 382 localizados e 135 pessoas desabrigadas.
A rutura da barragem da empresa mineira Vale no município de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, ocorreu na sexta-feira e causou uma avalanche de lama e resíduos minerais.
Esta não é a primeira vez que o estado de Minas Gerias regista uma rutura numa barragem: em 2015 uma rutura numa outra barragem, perto de Mariana, a 120 quilómetros de Brumadinho, matou 19 pessoas e causou um desastre ambiental sem precedentes no Brasil.