"Quando cheguei e me deparei com isso, o negócio era tentar salvar alguém. Graças a Deus consegui salvar duas vítimas". As palavras são de Jeferson Ferreira dos Passos, de 33 anos, um bombeiro hidráulico que conseguiu salvar duas mulheres que ficaram presas pela lama após a rutura de uma barragem em Brumadinho, no estado de Minas Gerais, no Brasil.
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Num vídeo, Jeferson, que mora naquela zona, contou ao jornal brasileiro "Estado de Minas" que procurava colegas e familiares que estavam no local da tragédia, onde havia uma pousada e uma fazenda (propriedade rural agrícola). Agora não há nada além de lama e destruição. Jeferson continua à procura da irmã e de outros familiares desaparecidos.
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Segundo disse o bombeiro àquele jornal, uma das vítimas resgatadas estava com uma perna partida e sem força. Jeferson ficou cerca de 40 minutos a aguardar pela chegada do resgate. "Ela não tinha condições de ficar em pé, estava presa na lama. Ela queria dormir mas não conseguia, eu ficava chamando até o helicóptero chegar", contou o morador.
Afastado risco de rutura de outra barragem
A Proteção e Defesa Civil do Brasil concluiu este domingo que não existe risco de rutura de outra barragem em Minas Gerais, depois do desastre de sexta-feira que provocou até agora 37 mortes, noticia o portal de notícias da Globo, G1.
Após a avaliação da situação em Brumadinho, foi decido prosseguir as buscas. Mais de 280 pessoas estão desaparecidas, de acordo com a mesma fonte.
Este domingo de manhã, foi acionado um alerta para o risco de rutura de uma segunda barragem na região.
No sábado, o último registo oficial contabilizava 34 corpos encontrados entre a lama que se libertou com a rutura da barragem na sexta-feira, mas, hoje, os bombeiros anunciaram que mais três foram contabilizados, havendo ainda cerca de 300 desaparecidos.
As buscas para encontrar sobreviventes, que deveriam ter sido retomadas este domingo de manhã, depois da interrupção no sábado à noite, foram suspensas após o alerta para o risco de rutura de outra barragem.
Assim que o alarme foi acionado, os bombeiros começaram a evacuar as aldeias mais próximas da barragem. Os moradores foram, entretanto, autorizados a voltar a casa, segundo o G1.
A empresa mineradora Vale afirmou, em comunicado, que tinha feito soar os alarmes depois de "ter detetado um aumento nos níveis de água na barragem VI, estrutura que é parte da mina de Córrego do Feijão, cuja barragem ruiu na sexta-feira.
A empresa referiu que a barragem VI "não contém resíduos de minas", mas sim de três a quatro milhões de metros cúbicos de água.
Durante todo o dia de sábado, o tráfego dos helicópteros foi incessante, para tentar detetar qualquer sinal de vida entre os restos de edifícios ou veículos.