A Grécia pretende um "New Deal" pan-europeu que permita "a recuperação" da economia europeia, disse, esta quarta-feira, o novo ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis.
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"New Deal" é o nome dado ao vasto programa de investimento lançado nos Estados Unidos após a grande depressão económica de 1929, a mais grave da história mundial.
Varoufakis, que falava na reunião de transferência de competências com o antecessor Guikas Hardouvelis, prometeu "um estilo de vida sóbrio", mas repetiu que a Grécia vai "virar a página da austeridade" e que está preparado para negociar com os credores internacionais.
"Não queremos duelos" entre a Grécia e a Europa, "nem ameaças ou o suspense de quem vai ceder primeiro", disse, dirigindo-se àqueles, "nomeadamente a imprensa estrangeira, que apostam numa batalha entre a Grécia e a UE".
"Queremos uma nova relação de confiança e solidariedade", argumentou. "A Europa já demonstrou que pode encontrar soluções e evitar ultimatos", disse, acrescentando ter constatado "um espírito de negociação" na União Europeia.
Segundo Varoufakis, o próprio presidente do Eurogrupo, Jeroen Djisselbloem, lhe disse estar certo de que se vai alcançar um acordo.
O ministro disse ter conversado telefonicamente com Djisselbloem e ter-lhe exposto "o programa para reduzir o custo da crise", ao que o presidente do Eurogrupo retorquiu "estar de acordo em muitos pontos" e certo de a Grécia e a União Europeia vão "alcançar um acordo".
Yanis Varoufakis, 53 anos, um economista que desde o início da crise da dívida foi sempre crítico da lógica do programa de assistência da UE e do FMI à Grécia, voltou a dizer, esta quarta-feira, que é preciso "virar a página do erro cometido com a imposição deste plano em 2010".