Cerimónia íntima reuniu familiares e amigos próximos em Rivalta, sob forte emoção e homenagem popular. O estilista Giorgio Armani foi cremado e as cinzas ficaram na capela de San Martino, junto da família.
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O pequeno povoado medieval de Rivalta, no município de Gazzola, norte de Itália, acordou esta segunda-feira sob um ambiente de recolhimento e segurança reforçada. Foi na igreja de San Martino que se realizou o funeral de Giorgio Armani, um dos maiores nomes da moda mundial, que morreu no passado dia 4 de setembro, aos 91 anos. Cumprindo o seu desejo, a cerimónia decorreu de forma restrita, com a presença de apenas 62 pessoas entre familiares e amigos mais próximos.
O silêncio marcou a manhã na localidade, onde até as lojas do centro histórico permaneceram fechadas em sinal de luto. Segundo explicou uma das organizadoras ao jornal Corriere della Sera, tratou-se de "um gesto de dever para com um homem que tanto deu à cidade e aos seus comerciantes". Esse silêncio apenas se quebrou no momento em que vizinhos e admiradores aplaudiram a passagem do cortejo fúnebre, lançando pétalas brancas como último tributo.
A cerimónia decorreu de forma restrita
Foto: Piero Cruciatti / AFP
"Nobre simplicidade", diz o pároco
O padre Giuseppe Busani, responsável pela celebração, descreveu a cerimónia como "um serviço que honrou Armani". Em declarações ao programa "Storie Italiane", da televisão pública italiana, resumiu: "Chamaria a esta despedida uma nobre simplicidade, imagem da beleza que ele nos ensinou e de que foi mestre." Após a missa, o corpo do estilista foi cremado, ficando as cinzas depositadas na mesma capela onde repousam a mãe, o pai e o irmão.
Entre os presentes, destacaram-se o seu companheiro de vida e braço-direito na empresa, Leo Dell"Orco, a irmã Rosanna, as sobrinhas Roberta e Silvana Armani, e Andrea Camerana, com a mulher, Alexia Aquilani, e os filhos. São familiares com peso na estrutura da marca, que agora enfrentará a transição após a perda do seu fundador.
O funeral privado seguiu-se à capela ardente em Milão, onde milhares de pessoas, entre amigos, colegas e figuras da moda, se deslocaram ao Teatro Armani para prestar homenagem. Nomes como Donatella Versace, a modelo Valeria Mazza e o ator Miguel Ángel Silvestre marcaram presença nesse adeus coletivo.
Com a sua morte, a moda despede-se de um dos maiores alfaiates da história contemporânea. No comunicado oficial da empresa, lia-se: "Com profundo pesar, o Grupo Armani anuncia o falecimento do seu criador, fundador e incansável impulsionador. Trabalhou até aos últimos dias, dedicando-se às coleções e aos projetos futuros."
Armani deixa um legado que ultrapassa fronteiras, mas em Rivalta, onde regressava sempre para visitar os pais e recordar as suas raízes, o adeus fez-se de forma discreta, no compasso da sua própria "nobre simplicidade".