Os trabalhadores gregos iniciam, esta quarta-feira, dois dias de greve geral e de protestos que visam pressionar os líderes da União Europeia que se reúnem em cimeira na quinta-feira.
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Advogados, notários, farmacêuticos e médicos são chamados a parar pelos principais sindicatos do país e os jornalistas também cumpriram um dia de greve.
Depois dos recentes protestos em Portugal, Espanha e França, os manifestantes gregos querem enviar aos líderes da UE a mensagem de que as sociedades sujeitas a sucessivas medidas de austeridade chegaram ao seu limite.
"Assalariados e pensionistas têm aguentado sozinhos o peso da crise económica enquanto os delinquentes fiscais que a criaram estão a salvo", disse o sindicato GSEE, que representa centenas de milhares de trabalhadores do setor privado.
O GSEE apelou aos seus membros que protestem na quinta-feira para bloquear "medidas que dissipam tanto a sociedade como a economia".
Os funcionários públicos também se juntam à mobilização e a associação dos comerciantes gregos apelou ao encerramento geral das lojas na quinta-feira.
"A drástica queda das receitas, a escandalosa tributação excessiva e uma enorme queda na procura estão a destruir negócios e empregos", diz a associação comercial.
Esta será a quarta greve geral este ano contra políticas económicas que os gregos consideram terem sido a causa das taxas de desemprego recorde e da pior recessão de que há memória.
O Governo quer ver aprovado no parlamento, no próximo mês, um novo pacote de medidas de austeridade no valor original de 7,8 mil milhões de euros.
Esta poupança deverá no entanto ser revista e aumentada para 9,2 mil milhões de euros, na sequência de duras negociações com a "troika" de credores internacionais - UE, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu.
A Grécia precisa de um acordo para garantir uma tranche de 31,5 mil milhões de euros do resgate financeiro considerado vital para a sobrevivência da sua economia.
Atenas esperava alcançar esse acordo com a "troika" ainda antes da cimeira de chefes de Estado e de Governo de quinta e sexta-feira, em Bruxelas, mas desacordos sobre um pacote de reformas laborais impossibilitaram-no.