O presidente francês, Emmanuel Macron, condenou hoje o ataque que causou cinco mortos e 12 feridos em Jerusalém Oriental e defendeu que só uma solução política poderá pôr termo à violência na região.
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"A espiral de violência tem de acabar. Só uma solução política permitirá o regresso da paz e da estabilidade para todos na região", disse Macron nas redes sociais, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
As relações da França com Israel estão numa fase de grande tensão devido à decisão de Macron de reconhecer o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, cujos trabalhos começam na terça-feira, em Nova Iorque.
Diversos países, incluindo Portugal, manifestaram a mesma intenção, na sequência da ofensiva israelita na Faixa de Gaza, iniciada após Israel ter sofrido um ataque do grupo extremista Hamas, em 7 de outubro de 2023.
Macron disse que a França "condena com a maior firmeza o atentado que acaba de ocorrer em Jerusalém Oriental" e apresentou as "mais sinceras condolências às famílias das vítimas e a todo o povo israelita".
De acordo com a polícia de Israel, o ataque ocorreu à entrada do bairro de Ramot, na zona ocupada e anexada por Israel em Jerusalém Oriental, onde dois homens dispararam armas de fogo contra uma estação de autocarros.
Um soldado e populares enfrentaram os atacantes e mataram-nos, segundo as autoridades.
O Hamas, que governa Gaza, saudou o ataque, alegando que os autores do ataque eram palestinianos.
"Afirmamos que esta operação é uma resposta aos crimes da ocupação e ao genocídio que está a ser levado a cabo contra o nosso povo", afirmou o movimento islamita palestiniano em comunicado.
O chefe da diplomacia israelita, Gideon Saar, que efetua uma visita à Hungria, confirmou que os atacantes eram palestinianos.
"Dois terroristas palestinianos assassinaram judeus em autocarros num cruzamento à entrada de Jerusalém", disse Saar numa conferência de imprensa ao lado do homólogo húngaro, Péter Szijjártó, noticiou a agência espanhola EFE.
Saar afirmou que os mortos são cidadãos israelitas e que entre os 12 feridos havia mulheres grávidas.
"Todos os países devem tomar uma decisão clara: estão do lado de Israel ou do lado dos jihadistas?", disse Saar.
O ministro israelita acrescentou que os dois atacantes chegaram hoje dos "territórios da Autoridade Palestina", referindo-se ao território palestiniano da Cisjordânia ocupada.
O exército israelita anunciou que os militares procuravam suspeitos na zona do ataque e cercaram aldeias palestinianas na região de Ramallah, na Cisjordânia ocupada.