Os rebeldes islâmicos "shebab" anunciaram, esta segunda-feira, o encerramento de 16 orgabnizações não governamentais e agências humanitárias da ONU acusadas de actividades ilegais, na Somália, e ameaçaram proibir qualquer outra organização que não respeite as suas regras.
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"Qualquer organização envolvida em actividades consideradas prejudiciais ao estabelecimento de um Estado islâmico ou que desenvolva outras actividades além das que indica oficialmente será imediatamente proibida, sem aviso", alertaram os rebeldes, num comunicado.
Estão em causa seis agências da ONU: o Alto Comissariado para os Refugiados, a Organização Mundial da Saúde, o Fundo para a Infância, o Fundo para a População, o gabinete para os serviços de apoio aos projectos e o centro de análise para a segurança alimentar.
Entre a organizações não governamentais envolvidas encontram-se a Acção contra a Fome, Conselho Norueguês para os Refugiados, Cooperação InternacionalSolidarity e Saacid.
Testemunhas e uma fonte da segurança regional tinham falado, pouco tempo antes, de ataques coordenados, esta segunda-feira de manhã, a gabinetes de organizações humanitárias internacionais em várias cidades do centro e do sul da Somália, controladas pelos "shebab".
Habitantes afirmaram que algumas ONG, como os Médicos sem Fronteiras e o Comité Internacional da Cruz Vermelha, tinham sido poupadas, o que foi confirmado pelo comunicado dos rebeldes.
Em 2009, os "shebab" também forçaram a maioria das ONG estrangeiras e das agências da ONU a abandonar as zonas sob o seu controlo, acusando-as de objectivos políticos ou de desestabilização do mercado agrícola local.
As que conseguiram ficar sujeitaram-se a um controlo rigoroso e as restrições que, segundo as equipas humanitárias, prejudicam a prestação de assistência a centenas de milhares de vítimas da crise alimentar.
Em guerra civil há mais de 20 anos, a Somália foi o país mais afectado pela recente seca no Corno de África. Segundo a ONU, perto de 250 mil pessoas arriscam-se a morrer de fome.