A guerra ainda não começou no terreno na Ucrânia, mas é já uma realidade nos computadores, com os ciberataques a proliferarem, seja contra os separatistas da Crimeia e as autoridades russas, seja contra a NATO.
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Nos últimos dias, a batalha virtual espalhou-se pelos servidores dos protagonistas da pior crise Este-Oeste desde o fim da Guerra Fria.
À medida que a votação no referendo deste domingo na Crimeia ia decorrendo, os ataques foram-se intensificando.
Segundo os primeiros resultados oficiais, mais de 95% dos eleitores da Crimeia aprovaram a reunificação da península ucraniana com a Rússia, num referendo considerado ilegal pela comunidade internacional.
Os soldados da guerra de computadores não usam uniformes e não juram fidelidade a um Estado em concreto. A sua arma é a criação de sobrecargas de tráfego nos servidores de Internet, tornando-os inoperacionais.
A página criada por grupos separatistas da Crimeia para monitorizar a votação no referendo esteve bloqueada durante uma hora, num ato atribuído a piratas informáticos dos Estados Unidos.
Horas antes, a NATO, que apoia as novas autoridades ucranianas pró-ocidentais, relatou um ataque aos seus servidores, que conseguiu bloquear três dos seus sítios na internet durante várias horas. A Aliança Atlântica atribuiu o ato a piratas informáticos ucranianos.
Também várias páginas russas foram atacadas nos últimos dias, nomeadamente do Kremlin, sede do governo, do Ministério dos Negócios Estrangeiros, do banco central e da agência de notícias Ria Novosti.