Apenas os bancos e as escolas fechadas contrariam o regresso à normalidade da capital da Guiné-Bissau, depois dos assassínios do Presidente "Nino" Vieira e do chefe das Forças Armadas do país. O país recompõe-se, com as fronteiras reabertas, por ar, mar e terra.
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A capital da Guiné-Bissau regressa à normalidade com estabelecimentos comerciais, repartições públicas, departamentos do Estado e transportes públicos a funcionarem. À medida que o dia ia nascendo em Bissau, o número de pessoas a circularem nas ruas aumentou consideravelmente e o movimento na cidade é idêntico ao de um comum dia de semana de trabalho.
Os postos de abastecimento de combustível também reabriram. Na segunda-feira, só era possível abastecer veículos e adquirir combustível para geradores, fundamentais para o fornecimento de luz eléctrica na cidade, em apenas uma bomba. As únicas excepções à normalidade são as escolas e os bancos, que continuam encerrados, mas com abertura prevista para quarta-feira.
Na Avenida 24 de Setembro, que liga o centro da cidade ao aeroporto internacional Osvaldo Vieira, as patrulhas militares, que segunda-feira controlavam alguns cruzamentos, desapareceram, dando lugar aos habituais polícias de trânsito.
Outro sinal de normalidade foi dado nos limites do país. "As fronteiras foram reabertas às 05:00 locais (mesma hora em Lisboa)", disse à Lusa o director-geral do Serviço de Imigração, Estrangeiros e Fronteiras, Adelino Cabral. Segundo a mesma fonte, a "circulação está a ser feita normalmente".
As fronteiras marítimas, terrestres e aéreas da Guiné-Bissau com o Senegal e a Guiné-Conakri foram encerradas segunda-feira à tarde por ordem dos militares. A decisão foi anunciada na sequência do assassínio do Presidente "Nino" Vieira por um grupo de militares na sua residência, no centro de Bissau, horas depois de um atentado à bomba ter provocado a morte do chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas do país, general Tagmé Na Waié.
O ataque à residência do Presidente "Nino" Vieira provocou também mais um morto, um assistente pessoal do chefe de Estado guineense, e um ferido, o assessor de imprensa da presidência.