Esta é a história de Fadumo Dayib, a mulher que chegou à Finlândia em 1990 como refugiada da guerra civil e que quer ser a próxima presidente da Somália.
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A mulher que há 26 anos deixou o país para escapar às atrocidades da guerra civil, escreveu no Twitter: "A minha existência quebra estereótipos. Questiona a identidade, desafia o patriarcado, confronta a injustiça e quebra a adversidade".
Fadumo Dayib não tem uma história comum. Chegou à Finlândia, fugida desde o Corno de África, com poucos estudos e sem dinheiro. A família, natural da capital, Mogadíscio, vendeu o que tinha para enviar a filha numa viagem intercontinental rumo à segurança.
Para trás ficou um país em guerra, que a mulher, agora com 44 anos e mãe de quatro filhos, se propõe reconstruir. Para isso terá que vencer aquelas que serão as primeiras eleições democráticas em 47 anos. Fadumo admitiu, ao jornal inglês "The Guardian", que as hipóteses de vencer as eleições são nulas, mas que está pronta para a luta.
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Esta muçulmana, que se formou como enfermeira e recebeu uma bolsa de estudos para a prestigiada Universidade de Harvard, passou de refugiada a perita em saúde pública. Essa é aliás uma das bandeiras que apresenta enquanto candidata. Serviços de saúde para a população, acabar com a violência e com a ameaça jiadista, pôr termo à corrupção que existe no país, fazer campanha contra a mutilação genital feminina são algumas das propostas do seu projeto político.
Fadumo é um nome polémico num país com fortes raízes conservadoras. A candidata assume, a partir da sua casa perto de Helsínquia, que recebe ameaças de morte diariamente. "Alguns homens ficam assustados ao ponto de fazerem essas ameaças porque reconhecem que tenho a capacidade de instigar à mudança". "Muitos somalis estão em choque porque eu apareci do nada e consegui desafiar aqueles que estão no poder. No país todos sabem quem eu sou", acrescenta.
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Nas eleições de outubro não existe sufrágio universal. Nem todos votam. Para os analistas esse será apenas o primeiro passo para o objetivo de conseguir que todos os cidadãos sejam chamados às urnas nas eleições de 2020.
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