Heterogéneos BRICS tentam escapar do Ocidente com interesse notório de Pequim
Com cautela para não trocar domínio dos Estados Unidos pelo da China, Sul Global vê bloco como esperança para multilateralismo.
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Os BRICS anunciaram, no último mês, que vão acolher, em 2024, mais seis países no bloco de economias emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O grupo depende agora das respostas dos convidados - com a Arábia Saudita a estudar a proposta antes de tomar “a decisão apropriada” e a Argentina a aguardar os resultados das presidenciais de outubro, cujo candidato favorito, de extrema-direita, disse não querer manter relações comerciais com Pequim. Ainda assim, a influência dos BRICS, encabeçada pela China, cresce sobre o Sul Global.
O grupo é “uma espécie de polo alternativo, embora não seja tão homogéneo como o bloco ocidental”, afirmou José Palmeira, professor de Relações Internacionais da Universidade do Minho. Os heterogéneos BRICS, a partir de 1 de janeiro de 2024, terão como membros plenos a Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irão. Já o mais coeso bloco ocidental “está muito assente naquilo que é o G7, o grupo dos sete maiores países industrializados, dos Estados Unidos, do Canadá, da União Europeia (UE)”, acrescentou o investigador.